domingo, 18 de dezembro de 2011

Simons Town (Cape Town)

A costa sulafricana é realmente lindissima.
Os contrastes da topografia montanhosa com o mar, criam uma dramaticidade visual incrível.
Nas passagens que antecederam esta ultima que fizemos, nem pudemos observar tal beleza, pois a agressividade e nervosismo da meteorologia local não nos permitiram fazê-lo. Os últimos dias para não terem sido perfeitos, faltou apenas o ingrediete vento, mas, nada é perfeito.
Entramos na baia de Simons, por volta de 21:00, e numa linha reta alcançamos o iate clube de False Bay uma hora da manha.
Simons Town fica colada em Cape Town, na baia adjacente, um lugar mais tranquilo que a grande capital.
A chegada foi tranqüila apesar da confusão das luzes da cidade e das luzes de sinalização, graças a ajuda da minha marinheira e o estudo detalhado da área que fizemos antes da chegada.
Uma e trinta da manha estávamos atracados a nossa vaga, que havia sido conseguida por nosso querido amigo Sulafricano Peter, que conhecemos durante a viagem.
Esta completada a parte mais critica da viagem.
Aqui faremos a manutenção do Tuta para a travessia final - pintura de fundo, conserto do leme, troca de ânodos e inspeção geral antes da partida.
Dia 21 próximo iremos a Johanesburg encontrar a Flavia e o Tato e de lá rumaremos para o Kruger park onde passaremos o Natal.
O ano novo, prevemos passar em Cape Town.
Os preparativos do barco serão feitos no inicio de Janeiro, e a travessia iniciaremos entre o dia 15 e 20.
Possivelmente iremos fazer a costa da Namíbia, depois Santa Helena e de lá direto de onde zarpamos há três anos - Guaratuba - Parana.
Ficaremos "fora do ar" até então.
A quem nos acompanha , desejamos boas festas e muita saúde.
Agradecemos a todos que de alguma forma nos apoiaram.

Z

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cabo das Agulhas

Hoje, 17 de Dezembro de 2011, as 07:00 UTC, dobramos o Cabo das Agulhas!
Boa Esperança, Tormentas, sabe la qual o nome, mas o fato é que estamos rumando norte em busca de calor e nos livrando deste pedaço sinistro de nossa viagem.
O mar esta calmo, sol, vento fraco.
Tudo bem a bordo.
Nossa posição, o cabo!

Z

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

East London - Port Elisabeth

Logo na manhã seguinte a nossa chegada, tratamos de "reconhecer" o terreno, pois nos pareceu que o lugar onde atracamos o Tutatis não era dos melhores, sem falar na área onde estávamos - o cais abandonado e péssimamente mal freqüentado..
Conseguimos um lugarzinho na marina do outro lado do rio (havia esquecido de mencionar que East London fica na margem do Rio Bufalo), e acabamos por nos transferir para la no dia seguinte.
Sempre alertados pelos locais para não sairmos da marina a pé nem com as bicicletas, nos sentimos meio prisioneiros em nossa estada, já começando a nos lembrar de como é a civilização.
Um dos amigos do Vince a quem fomos recomendados nos deu uma carona até o aeroporto local onde alugamos um carro para pelo menos conhecer um pouco da área em segurança.
Encontramos uma reserva particular de animais, onde passamos quase o dia todo - Inkwekwenzi, park.
Bem interessante nosso passeio, pois a direção do parque nos proporcionou uma visita a área a fim de podermos fotografa-la para o projeto do livro ao fim da viagem.
Elefantes e Chitas que pudemos interagir com eles, fora isso uma grande família de leões em sua maioria brancos. Lindos!
Aproveitamos o carro para provisionarmos e abastecermos o barco. De volta ao Tutatis, passamos a noite e o dia seguinte abaixo de chuva e vento, fruto de outra frente fria.
A mesma rotina, checando a meteorologia três a quatro vezes ao dia, em busca da próxima janela.
Finalmente surgiu outra oportunidade de seguirmos viagem, porem dois dias de tempo razoável.
Madrugamos novamente e saímos do canal as 6 da manhã, rumo a Port Elisabeth.
Em nossa parada em East London, ficamos sabendo que dos quinze barcos que estavam programados sair de Durban junto com a gente, apenas quatro o fizeram. Um deles o Empire (família Dinamarquesa) que chegou em nossa frente em East London, o Exabyte nossos amigos "Vikings" que resolveram não parar em East London ( entrarm em Port Francis - 40 milhas mais ao sul), e o único barco brasileiro que encontramos depois da costa Sulamericana, o "Carol" com o Raimundo fazendo a circunavegação solitário, também passou por East London e acabou chegando em Port Elisabeth com avaria no barco (a retranca foi amassada num jaibe provavelmente não intencional)... o vento por aqui faz dessas coisas.
O vento entrou logo cedo, e o mar cresceu rapidamente. Pouco pano em cima e la fomos nós...
O frio esta cada vez mais intenso a medida que avançamos ao sul. Já temos que colocar a porta totalmente fechada para manter a cabine aquecida e fazermos nossos turnos de dentro, cuidando do AIS e da navegação de forma mais confortável. Tivemos de tudo.. chuva, vento forte, vento exatamente na popa - nos obrigando a motorar, pois não me agrada perder tempo em sair de nossa proa num lugar desses. Meu objetivo é chegar e logo! Passamos por Port Elisabeth, pois o tempo parecia bom, e aproamos Mossel Bay.
Como navegamos o tempo todo ao longo da costa e próximo a ela, pudemos ter sinal de rede 3G, e assim as previsões meteorológicas podiam ser checadas mais rapidamente. Constatei que a janela encurtou, com a chegada de outra frente. Optamos por entrar em Port Francis onde nossos amigos estavam. Chegando na entrada da barra, vi que a coisa era complicada. Uma arapuca daquelas...
Construiram um molhe paralelo a praia, mas com uma abertura muito grande para o swell que entra sempre de sudoeste... as ondas são Imensas, estourando contra as pedras do molhe.
O canal tem uma largura mínima. Foi assim que decidi seguir viagem mais ao norte, ainda com tempo de chegarmos a Knysna.
Chegamos na barra de Knysna bem cedo, por volta de 6 da manhã, depois de motorarmos no contravento, vendo a pressão cair e cair...
A hora não era boa, pois as recomendações para a entrada da estreita barra é de fazê-lo uma hora antes da maxima da maré alta, e nos estávamos no meio da vazante. Os manuais falavam em 7 kt de correnteza contra. Chamei o pessoal do Rescue ( um serviço voluntario de resgate a ajuda aos navegantes na Africa do Sul, que funciona de maneira perfeita). Eles me fizeram algumas perguntas da perfomance do barco e disseram que eu não teria problemas em entrar.
Foi pura adrenalina passar a 5 ou 10 metros de cabeças de pedras enormes de um lado, ondas estourando do outro, e a correnteza e swell tentando tirar você da proa que é balizada por faróis.
Bom pelo menos que durou pouco.. e em cinco minutos estávamos dentro da grande e linda baia de Knysna.
Novamente, foi ancorarmos e o vento começar.
Ventou tanto que a nossa ancora não agarrou e tive que reposicioná-la.
Novamente o vento apertou chegando a 40/45 kt, e a ancora claro.. desgarrou de novo.
Já estávamos indo pra cima da praia atrás de nos, mas conseguimos nos safar. Por iniciativa da Sandra, resolvemos chamar o time do rescue novamente. Os caras em cinco minutos chegaram numa grande lancha com 6 ou 7 pessoas, todas paramentadas com roupa de neoprene, coletes, capacetes.. parecia filme de ação.
Foram muito eficientes, nos ajudando a amarrar o Tutatis a uma bóia abandonada que estava sem cabos. Joguei outra ancora também para poder ficar mais tranqüilo.
E assim passamos nossa primeira noite, em meio a vendaval e chuva, torcendo pra bóia agüentar.
Dia seguinte nossos amigos do GOBEYOND e do JANGADA, nos chamaram pelo radio para as boas vindas, e depois de algumas horas conseguiram um lugar pra nos dentro da marina.
Pudemos finalmente curtir um local na Africa sem nos preocuparmos com segurança.
Uma bela estrutura de lazer e turismo em volta da Marina, assim como da cidade, rodeada de condomínios de alto padrão.
Os dias passaram rapidamente, pois as atividades eram constantes, caminhadas, passeios de bike e até shopping.
Happy hour todo dia no barco de alguém.
Todos de olho no tempo também, na expectativa da próxima janela, pois quase todos tem familiares chegando para o final de ano em Cape Town.
Foram quase cinco dias bem aproveitados, mas era hora de seguir, pois o mau tempo deu uma trégua de uns três dias.

Knysna - Simons Town (Cape Town)

Ontem a noite foi outra comemoração, e despedida dos nossos amigos franceses do JANGADA que ficarão por aqui até o natal. Foi a festa da caipirinha (feita com rhun Frances).
Acordamos cedo pra variar, pois teríamos que estar na barra 7:15.
Saimos em fila indiana, o Tutatis, o Small Nest (Belgas), o Go Beyond(Dinamarqueses) e o Isle de Grace(americanos). A barra estava super- calma e não teve adrenalina desta vez.
O mar, calmo, assim como o vento e estamos motorando com as velas em cima aproveitando uma leve brisa que sopra.
O dia lindíssimo, com céu de brigadeiro e previsão de ficar assim até domingo a tarde.
Deveremos dobrar o cabo das agulhas amanhã cedo, e começarmos nossa volta mais para o norte em busca do calor.
Prevemos chegar na noite de sábado ou manha de domingo em Cape Town.
Tudo bem a bordo.
Nossa posição as 15:23 UTC de 16/12 34 28 S/ 022 03 E

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Durban – East London


Durban acabou ficando com a cara dos novos amigos que fizemos – Fred e Cris.
O acaso nos fez parar o Tutatis quase em frente ao novo “Estrela do Mar”, o novo catamaran do casal. Fomos “adotados” pelo Fred que nos paparicou a ponto de ficarmos bem acostumados.
Pudemos conhecer a cidade, seus bairros mais importantes, os pontos turísticos e em especial uma bela mostra da culinária, pois quase todos os dias éramos convidados para jantar em lugares exóticos. Por intermédio deles também, conhecemos e fizemos amizade com o skiper que esta treinando o Fred no novo barco – o Vince, figura querida, que tanto nos ajudou e tem nos ajudado no planejamento da descida dessa intrincada costa africana.
A marina em si, não seria nada demais, exceto o tratamento simpático e generoso do iate clube Point Marina, que nos permitiu usar as dependências do clube por duas semanas de graça (igual a alguns iates clubes que conhecemos em nossa terra). Fora isso, o comodoro do iate clube – Bob Fraizer, foi a nosso barco pessoalmente e nos convidou para um drink de boas vindas, onde pudemos conhecer outros velejadores que estavam na marina também.
Tive frustrado meu objetivo de tirar o Tutatis fora da água para pintura de fundo e inspeção do leme, pois o serviço de remoção é prestado por terceirizados, e este estava com as duas carretas ocupadas e sem previsão de ficarem livres.
Não pretendíamos deixar o barco em Durban para encontrar minha filha Flavia e o Tato que vem passar o natal conosco, e assim, resolvemos zarpar na primeira boa janela.
Esperamos quase uma semana, estudando diariamente as cartas sinóticas e grib, até que surgiu a dita cuja, porem mais curta que eu gostaria.
A noite que antecedeu nossa saída não dormi quase nada,e levantei cedo para novamente confirmar as informações das previsões.
Tudo certo, barco pronto, zarpamos olhando para trás, com saudades dos amigos que deixamos.
Motoramos as primeiras horas, como planejado, pois saímos na cauda da ultima frente que havia passado. Meu plano era motorar até umas 5 milhas fora da costa, onde provavelmente encontraríamos a corrente das agulhas.
Que corrente que nada... acabamos tendo que velejar orçando ( com vento de frente ), por um bom tempo, até que finalmente o vento virou para a popa, o mar claro.. cresceu, e encontramos a corrente. Resultado, andamos numa média de 10 kt, com velas risadas.
O mar bem desconfortável, com ondas entrando pela popa, lavando o convés. Velejamos o dia todo da saída, a noite e mais o dia seguinte, e devo ter dormido 2 horas nesse período, se muito.
Batedeira... Chegamos em East London 22:30, já com o vento virando para nossa proa novamente, devido a nova frente fria que estava de passagem... entramos no porto bem sinalizado e atracamos o Tutatis no bordo de um Catamaran local que o Vince tinha deixado acertado.
Arrumamos o barco da bagunça da travessia e desmaiamos na cama... lá fora o vento e a chuva nos lembravam do que escapamos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Richard's Bay - Durban

Nossa estadia em Richard's Bay foi bem aproveitada.
Nos primeiros dias pedalamos bastante a fim de conhecer os arredores da Marina e da cidade, abastecermos a geladeira e reservarmos um carro para nossos safaris pelos parques próximos.
Aproveitamos as dicas de nosso amigo Thomas, e traçamos um roteiro que foi bem interessante.
Pudemos conhecer os parques de Santa Lucia, Imfolozi e Hluhluwe.
Muitas fotos, muitos animais - todos super saudáveis, bem diferente dos animais que vemos em zoos.
Choveu muito durante nossa permanência em RB resultado do inicio da nova estação que se aproxima.
Chegou a hora de prosseguirmos e aproveitamos a primeira janela que surgiu.
De Richard's Bay até Durban são 90 milhas.
Rumamos para fora da barra, 90 graus com a linha da costa, a fim de pegarmos uma carona  na corrente das agulhas.
Foi uma das melhores velejadas que tivemos em toda a viagem, com mar calmo, vento constante na aleta de 14 kt, e nossa velocidade em torno de 8 até 9 kt.
Chegamos em Durban meia noite e encontramos uma vaga bem na entrada da Marina.
De manha entrou nova frente, com vento forte e chuva.
Nosso objetivo da parada em Durban é para o conserto do leme e deixarmos o equipamento fotográfico na autorizada da Canon, que patrocinara a limpeza e revisão das lentes e máquinas.
De Durban seguiremos para East London, depois Port Elisabeth antes de chegarmos a Cape Town.

Z

sábado, 12 de novembro de 2011

Africa - Terra a vista

Estavamos tensos com tanta estória que lemos e ouvimos desta travessia e em especial o cruzamento da corrente das agulhas.
Adotamos navegar numa proa mais ao norte do nosso destino, no intuito de ganharmos distãncia para quando o vento Norte entrasse, a gente pudesse ter margem para navegar para o destino. Isso ajudaria tambem para compensar o angulo de deriva quando cruzassemos as agulhas.
A noite foi exatamente como prevista, com vento forte e mar agitado.
Por volta de 4 horas da manhã, ainda noite pudemos avistar a silhueta de terra no horizonte, depois de onze dias só vendo água.
Nossa estratégia deu 100% certa, pois chegamos exatamente no momento que o tempo em Richards Bay estava virando.
Foi entrarmos no canal da cidade e o vento virou.
Esta foi uma das melhores travessias que fizemos, não fosse a tensão provocada pelas estórias e os fatos que foram acontecendo no decorrer da viagem.
Aportamos na marina em Richards Bay por volta de 9:30 da manha horario local.
Agora a trabalheira para deixar o barco habitavel, pois muita agua salgada entrou pelas excelente vedação feita pelo estaleiro que fabricou o pobre Tutatis.
A partir de amanha começaremos a lidar com nosso planejamento de como iremos aproveitar nossa estadia em solo africano.

Tudo bem a bordo ! :)

Z

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Décimo dia

Optamos por continuar e acelerar o que desse, pois a previsão para a semana que inicia é pior que a do final de semana.
Assim, motoramos a noite toda tentando manter a média.
Claro que Murphy sempre ao nosso lado nos momentos difícies não nos abandonaria... O vento acabou totalmente e pra "ajudar" uma correnteza de 1,5 kt contra a gente.
E foi assim até de hoje de manhã, quando entrou um ventinho e a correnteza parou.
Um amanhacer meio sinistro, muita umidade la fora, e uma nevoa que restringe nossa visibilidade.
A pressão do barometro ainda esta estável e estamos de olho nela.
Mantendo nossa presente média de velocidade, amanhã perto do meio dia chegaremos, com previsão de vento de 30 kt ou mais, mas vindos do Norte (o lado menos ruim).
Estamos mantendo contato radio VHF com os barcos que estão bem próximos a nós, especialmente o Pomona com quem trocamos informações de meteorologia.
Vamos chegar em torno de 4 barcos na mesma hora.
Me preocupa o pessoal que esta vindo atras.
Hoje cedo aproveitei a acalmada no mar para transferir diesel das bombonas plasticas para o tanque, pois ja estava me preocupando tanta motoração - agora estamos tranquilos com relação a combustível.
Agora é esperar.

Nossa posição em 11/11 as 05:00 UTC - 28 18 S / 35 24 E - completamos 1222 milhas, 177 milhas para chegarmos.

Tudo bem a bordo.

Z

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Nono Dia

Ontem foi uma bela velejada, com ventos constantes e mar razoável.
Pra melhorar um pouco, fisgamos um Mahi Mahi que nos alimentara por cinco dias.
O bloco de barcos que saiu de Reunião com destino a Richards Bay, totaliza 17 barcos (que de alguma forma tivemos contato).
Alguns, um dia ou dois a nossa frente, outros da mesma forma um dia ou dois atras.
Em nossa volta bem próximos, um catamaran frances "Jangada", e dois Noruegueses "Imagine" e "Pomona".
Deveremos chegar no mesmo dia - Sábado provavelmente, mas tudo dependendo do tempo que esta se confirmando ira piorar.
Existe uma área de baixa pressão no continente entre Durban e Richards Bay e isto agita a atmosfera provocando ventos fortes.
Temos que lidar com a corrente das agulhas (correnteza que sempre foi temida pelos navegadores desde os chineses na antiguidade, e dominada pelos portugueses que a estudaram e a nomearam). A corrente das agulhas é uma movimentação do oceano no sentido norte/sul numa faixa estreita de agua formando um clindro gigante na faixa dos 200 metros de profundidade, próximos a costa africana. A tal correnteza atinge até 6 kt em alguns meses do ano.
O grande problema é cruza-la quando o vento sopra do quadrante SW, o que significa contra a correnteza.
Tal fato faz as ondulação que ja existe normalmente no Indico, crescer e crescer muito.
Sem mencionar numeros, nossa intenção é monitorar a direção do vento de forma a cruzarmos a corrente quando o vento estiver soprando de N NE, a favor dela.
Caso não haja essa condição vamos ter que aguardar "parando" o barco em mar aberto até que as coisas melhorem.
Por isso é dificil precisar a hora da chegada.
Os Vikings no Exabyte ja nos deixaram na poeira e estão 100 milhas a nossa frente, pra variar - eles são muito bons mesmo, e tem um barco feito pra velocidade.
A gente troca email todo dia para atualizarmos nossas posições e condição de navegação.
Agora cedo, entrou um vento mais forte que não estava previsto, o que nos obrigou a reduzir as velas, pois o barco sofre muito e nós mais...

Nossa posição em 10/11 as 08:00 UTC 28 04 S / 037 36 E

Tudo bem a bordo.

Z

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Oitavo dia

Ontem foi um dia de motor-sailing.
A "gorda" (genneker) foi testada o dia todo, mas com a ajuda do motor, pois o vento estava fraco.
No final da tarde, após a baixarmos, aproveitei para dar um bordo para NW, na expectativa de aproveitarmos o vento previsto para mais tarde no grib.
Menos de uma hora depois, o vento entrou de fato, e velejamos até agora de manha a 6/7 kt num mar calmo!
A noite não poderia ter sido melhor, com direito a lua cheia e tudo.
Nossas iscas tomaram banho o dia todo, mas sem nada de peixe.
Vamos ver como sera hoje.
A previsão meteorológica não é boa para o fim de semana, principalmente no dia previsto de nossa chegada (Sabado).
Em função disso, provavelmente iremos diminuir nossa velocidade para deixarmos as "coisas" melhorarem no nosso destino.
Com isso, provavelmente chegaremos em Richars Bay no Domingo.

Nossa posição em 9/11 as 04:45 UTC S 27 47 / E 040 56

Tudo bem a bordo.

Z

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Primeira semana

Ontem a tarde passamos a metade do caminho.
Depois da chuva e trovoada que tivemos ontem, finalmente o vento entrou.
Tímido, mas logo aumentou e soprou até a noite entre 15 a 22 kt. Fizemos um bom avanço velejando até a madrugada quando vento se foi e tivemos que motorar desde então até agora.
O tempo esta ótimo, com céu azul, mar calmo mas sem nada de vento.
Subimos a Genneker, mais para checar como ficou o conserto dela em Bali, pois ela havia se rasgado inteira.
Ficou ótima, apenas aguardando o vento para podermos desligar o motor.
Joguei as linhas de pesca na agua, pois nosso estoque de peixe terminou, vamos ver se pescamos algo.

Nossa posição em 08/11 as 06:15 UTC - S 27 54 / E

Tudo bem a bordo

Z

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sexto dia - Na proa de Richard's Bay

Ontem conseguimos velejar por mais algum tempo ainda, mas após o almoço o vento sumiu e não voltou mais.
Estamos motorando desde então e pior, com correnteza contra de até 2,5 kt.
Ainda bem que o mar esta pequeno, senão iria ser complicado.
Estamos bem no meio de uma área de instabilidade que parece com a ITCZ. Nada de vento, ou pouco e variável o suficiente para bater as velas que deixamos em cima aguardando o vento. Chove intermitentemente, hora leve, hora mais pesado. Contudo a chuva não tras vento forte.
O negócio é ter paciencia e fazer conta o tempo todo com relação a combustível, pois ainda faltam 800 milhas para o destino.
A previsão mostra bons ventos para velejarmos a partir da tarde de hoje, devendo permanecer por mais quatro dias pelo menos.
Vamos ver se isto se confirma.
De novidades, novamente vindas da Net de radio, ficamos sabendo mais sobre o barco que teve problemas e afundou... Ele bateu num container mesmo, e não foi próximo a Rodriguez nem Mauritius, mas exatamente na rota em que estamos, umas 200 milhas a nossa frente. Plotamos a posição que ele bateu com o container, e estamos atentos.
Noticiaram também que um dos barcos da nossa flotilha, ouviu um chamado de emergencia próximo a costa de Madagascar, vinda de um barco que dizia estar tendo ataque de piratas.
Foi um corre corre na net!
Minutos depois o mesmo barco informou que tratava-se de um treinamento coordenado pelo centro de controle e prevenção de ataques piratas! Brincadeira tem hora!!!
Isso foi o suficiente para ninguém mais dar as coordenadas por onde passa, e um silencio total nos radios.
Neura.
Estamos a 130 milhas da costa.
Haja infraestrutura para estes piratas viajarem no minimo 24 horas em mar agitado para atacar um pobre iatista.
De qualquer forma a noticia preocupou a todos, e não vemos a hora de sairmos da costa de Madagascar.
Lugarzinho sinistro... barco que bate com container, baleias que dormem bem na rota, piratas, mau tempo, ondas gigantes... estória que não falta.
Ja estamos na proa de Richard's Bay e pelos meus calculos, dia 12 ou 13 estaremos chegando - tudo vai depender do vento.

Nossa posição em 07/11 as 5:34 UTC - S 27 23 / E 046 03

Tudo bem a bordo.

Z

domingo, 6 de novembro de 2011

Quinto dia - Sul de Madagascar

Ontem não foi tão confortavel o dia como foram os anteriores, mas não podemos nos queixar em tratando-se de Indico.
Pelo radio no final da tarde, um dos barco que esta no grupo avistou uma baleia dormindo, o que fez com que redobrassemos a atenção. A previsão meteorológia mostrava outra a ponta de outra frente fria em nosso caminho e deveriamos ter chuva na madrugada.
No início da noite o vento parou (ja havia rondado para NE) - o que prenunciava a chegada da frente, e tivemos que motorar até de manhã.
A chuva prevista ficou no chuvisco, o mar acalmou e agora de manhã entrou um vento agradável proporcionando uma ótima velejada.
Estamos tendo sorte até agora.
Nossa posição, dia 6/11 as 5:15 UTC - S 26 55 / E 048 02

Tudo bem a bordo.

Z

sábado, 5 de novembro de 2011

Quarto dia

Ontem foi um ótimo dia novamente, e até o meio da noite também, até que o vento mudou de direção e começou a soprar na nossa popa pela direita (Nordeste) e aumentar a intensidade.
É impossível ter vento forte por muito tempo sem que o mar cresça, e ele cresceu.
A velejada não está ruim, mas esta longe do conforto que tivemos nos dias anteriores.
O barco parace derrapar a todo instante, fruto do swell que entra pela proa e dos vagalhões que vem pela popa/lateral, mais o vento constante na mesma direção das ondas.
A boa notícia é que estamos andando bem e deveremos dobrar a ponta sul de Madagascar e aproar a África Segunda Feira de manhã.
Continuamos falando com os barcos que seguem em flotilha para a África na rede "West Bound" duas vezes ao dia, e constatamos que a maioria esta bem próximos a nós, no mesmo ritmo.
Excetuando-se os nossos amigos vikings do Exabyte que dispararam na frente de todos e ja devem estar um dia a nossa frente.
Ontem pelo radio tivemos uma péssima notícia. No mes passado relatei o infortunio de um colega velejador que sofreu um descolamento de retina e teve que parar a viagem indo de emergencia para a África do Sul.
Soubemos ha duas semanas por meio de um email que ele nos enviou que a cirurgia havia sido um sucesso e que logo nos alcançaria no caminho.
Como eu dizia, tivemos a notícia que o barco dele foi a pique, próximo a Mauritius. Felizmente toda a tripulação foi resgatada e estão bem.
A razão do naufrágio ainda não sabemos.
Que azar de nosso amigo.

Nossa posição em 05/11/2011 as 5:47 UTC - S 25 24 / E 049 52
Tudo bem a bordo.

Z

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Terceiro dia

A travessia que estamos fazendo desde Reunion até a África do Sul, é tida como uma das mais desconfortáveis passagens de todo o mundo entre os velejadores. Procuramos minimizar o encontro com frentes frias, tormentas e ventos fortes, sendo pacientes e estudando a melhor janela para zarparmos.
Acredito ter sido unanimidade entre os barcos que estavão em Reunion, pois recebemos um email de um deles dando conta que entre 8 e 10 barcos deixaram a ilha no mesmo dia em horas diferentes.
Alguns irão sair amanhã.
Estamos mantendo uma frequencia de radio para conversarmos e trocarmos informações sobre a rota, e fundamentalmente um tomar conta do outro.
A previsão da meteorologia (GRIB e Synoptica), tem sido muito eficientes e com boa precisão até de horarios dos fenomenos.
Ontem a noite infelizmente não foi diferente e na hora e local previstos, cruzamos a linha de instabilidade que eu torcia iria se decipar. Foi uma noite "daquelas", depois de um dia maravilhoso de sol, mar calmo e velejada tranquila.
Chuva, vento forte e confuso com mar crescendo (claro!).
Pra comopletar o tráfego de navios é bem intenso aqui na área, e o AIS nos deu uma ajuda especial.
Um cargueiro que ja estavamos acompanhando na tela ja há algumas horas "surgiu" do meio da chuva no negro da noite, bem em nossa proa, e com rumo aparente de conflito. Chamei o navio pelo radio e percebi a voz sonolenta do operador ou comandante, dizendo que também me avistava no AIS, e só apos isso ele tomou um rumo desviando de nossa direção (temos o direito de passagem, pois somos embarcação a vela).
Outro episódio na mesma noite, foi a ultrapassagem de um dos barcos que faz a mesma rota que a gente. O "Hokus Pokus" de bandeira sulafricana, estava zigsagueando em nossa frente, talvez buscando um melhor angulo de ultrapassar o paredão de nuvens e chuva em nossa frente. Com isso, eu não sabia por onde ultrapassa-lo. Via o zig zague claramente no AIS e o chamei pelo radio também. No final deu tudo certo e o ultrapassamos com segurança em meio a chuva que reduzia a visibilidade.
De madrugada a chuva parou e deu lugar a um ventinho frio que nos ajudou bastante a ponto de podermos velejar novamente sem ajuda do motor.
Foi assim o resto da noite.
Hoje o dia amanhaceu lindo, muito sol e um vento gelado.
Todos os panos em cima e o cockpit aberto com todas as roupas pra secar.
Para hoje e amanha a previsão é boa e deveremos passar o sul de Madagascar entre Domingo e Segunda Feira, quando aproaremos Richard's Bay - África do Sul.

Nossa posição as 5:50 UTC de 04/11 - S 23 57 / E 051 56
Tudo bem a bordo.

Z

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O primeiro dia ja foi...

Ontem motoramos desde a saida até hoje de madrugada quando entrou um ventinho encabulado, mas logo firmou e pudemos fazer uma das melhores velejadas da viagem. Velocidade média de 8kt, com mar calmo ! Incrível.
Pra completar, fisgamos um Atum de uns 10 kilos.
No final do dia o vento ja esta acalmando e no horizonte estamos vendo que teremos uma noite animada, com chuva e tudo o mais.
Tudo bem a bordo.
Posição as 14:30 UTC de 03/11 - S 23 03/ E 053 14

Z

zarpando de la Réunion

Estivemos em la Réunion por duas semanas. Nosso tempo foi dividido entre lazer e muito trabalho à bordo como sempre.
Encontramos vários barcos conhecidos na marina e rapidamente a vida tomou o ritmo em comunidade novamente. Juntos fizemos caminhadas, curtimos os finais de tarde e trocamos muitas idéias. A maioria está seguindo pela mesma rota para África do Sul, e alguns inclusive também irão para o Brasil.

Réunion tem muitos encantos, além das deliciosas baguettes, dos queijos, vinhos, frutas e flores. Visitamos o interior da ilha e suas vilas charmosas onde acontecem feiras de produtos produzidos pelos moradores. Entre elas nossas preferidas foram Cilaos e La Plaine des Palmistes.
As ondas perfeitas para o surf ficam em Saint Leu e Saint Pierre e os surfistas dão um show , só parando de surfar para curtir as baleias que as vezes aparecem bem pertinho e tivemos a sorte de vê-las numa das manhãs.
Ficaremos com saudades do estilo francês de curtir a vida!

Depois de dias acompanhando as previsões climáticas o Zé definiu o incício de nossa travessia para África do Sul para hoje, e assim zarpamos da marina as 15h ( local) e pretendemos chegar em onze ou doze dias, dependendo do vento iremos para Durban ou para Richard's Bay. Essa travessia será um dos nossos maiores desafios!

Tudo bem à bordo, motor sailing com vento e mar calmos.
Posição: S 21 33' / L 55 15' as 14:00 UTC de 02/11/11

Sandra

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

La Reunion

A viagem começou bem, com vento agradável e mar tranquilo. Saímos um pouco a frente dos Vikings, mas sabíamos que logo nos ultrapassariam. Nossa alegria durou pouco, pois logo o vento apertou e o nosso amigo swell chegou com o vento deixando as coisas desconfortaveis novamente, mas nada que já não estivéssemos acostumados. Quando a noite chegou, o vento acalmou um pouco e de manha tivemos até que motorar. Esqueci de contar, ao cair da tarde fisgamos um dourado de uns 15 kilos... Carne para 10 dias. Nos surpreendemos com Reunion, ilha que não estava em nossos planos, mas que por sugestão e vontade da Sandra acabamos por fazer uma "escala" na ilha. Feliz decisão, pois a ilha tem inúmeras opções de lazer. Mergulho, Bike, trilhas, vulcões, sem falar na semana de graça na marina com boa infraestrutura. Mudamos os planos um pouco e vamos ficar aqui duas semanas pelo menos até uma boa janela. Z

domingo, 16 de outubro de 2011

Deixando Port Louis (Mauritius)

Tivemos uma semana agitada envolvidos com o conserto do motor, provisionamento do barco, algumas manutenções e alguns passeios pela cidade e pela ilha que se mostrou muito bela, numa variedade de paisagens misturadas entre matas densas, plantações de cana de açucar, cultivo de horti-fruti, crateras de vulcões extintos e principalemente as lindas vistas do mar.
O povo da ilha, em sua maioria de origem indu, muito simpatico e prestativo, sempre prontos a ajudar-nos.
A marina onde permanecemos estes dias é pequena (tivemos que atracar o Tutatis no contrabordo de nossos amigos Dinamarqueses), mas muito simpática. Noites tranquilas quando pudemos descançar e quase esquecer os dias difíceis da travessia anterior.
Ja estavamos fazendo amizade com os tripulantes dos barcos vizinhos e com o pessoal da marina, sinal que ja era hora de zarparmos.
Preparamos tudo para deixarmos a marina no domingo pela manhã.
Acordamos cedo como sempre o fazemos no dia da saida e depois de algumas horas envolvidos com burocracia e os ultimos detalhes de preparação do barco, finalmente soltamos nossas amarras do cais por volta de 11 horas da manhã.
Combinamos com o pessoal do Exabyte de seguirmos juntos até uma enseada ao sul da ilha de nome Riviere Noir, onde pretendiamos mergulhar para inspecionar o fundo de nossos barcos antes da outra grande travessia - talvez a mais dura da viagem.
Nestas tres horas de navegação o Jorgen (filho mais velho do casal) veio com a gente, nos ajudando e trimando nossas velas ao estilo dos regateiros nordicos.
Aprendemos alguns macetes com ele, e pudemos desfrutar de sua agradável companhia.
Os garotos começaram a velajar antes de começar a andar, e a cultura de vela faz parte de suas rotinas.
Foi muito legal ve-lo pular de um canto para o outro do barco observando o shape das velas, a tensão dos cabos e etc.
Ele ainda montou um recurso com uma polia no bordo do barco, para melhorar a perfomance da genoa com ventos de popa e realemente funcionou.
Pena não podermos contar com ele o tempo todo - seria ótimo!
Após baixarmos a ancora, o pessoal da guarda costeira veio a nosso encontro, pedindo documentos e etc.. resumindo, não queriam nossa presença, pois já haviamos feito a saida do país.
Depois de muito argumentarmos, conseguimos convence-los que a parada era técnica e que dia seguinte zarpariamos cedo.
E de fato foi técnica, pois quando estavamos motorando para ancorar o barco, a temperatura do motor subiu estupidamente.. la vou eu novamente sujar a mão de graxa!
Acredito ser somente o liquido de arrefecimento quer foi trocado e talvez não tenha sido completado adequadamente, ou a valvula termostatica que ja passou da hora de trocar. Como recebi uma nova da encomenda que fiz, vou substitui-la e ver no que da.
Hoje já é Segunda Feira de manhã, daqui a pouco vou mergulhar ( a contra-gosto, pois a agua esta um gelo ), e logo depois vamos zarpar com destino a Reunion, onde aguardaremos uma boa janela para segurimos para a África.

Z

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Décimo sexto e sétimo dia - Terra a vista !

Incrível a precisão da meteorologia (grib)!
Acertaram a hora, a intensidade e até agora a duração do vento, ondas e chuva.
As condições pioraram tanto que criamos outro nível na escala de ruindade - muito miserável.
Ainda bem que o nosso piloto automático tem cumprido com suas obrigações, pois não colocamos o nariz la fora mais... só subimos na escada que da acesso ao cockpit e olhamos 360 graus em volta para checar se esta tudo em ordem, e voltamos para a cabine.
Ainda de dentro da cabine podemos controlar os tráfegos de navios que passam através do AIS acoplado ao laptop.
Na noite passada contamos pelo menos 6 navios que passaram bem próximos a gente e certamente nos "viram" pelo AIS deles.
Santo equipamento.
E assim passou o dia e noite de anteontem e ontem.
Na manhã de hoje, Segunda Feira, avistamos o contorno da ilha de Mauritius e deveremos chegar dentro em pouco.
No caminho organizamos com um fornecedor nos USA, ajudados por nossos amigos Oscar e Graciela na Austrália, o pedido das peças para o conserto do motor.
Acredito que em uma semana estaremos com o barco pronto para partir novamente, mas até la deveremos curtir a ilha um pouco e descasarmos dessa longa e incomoda travessia.
Tudo bem a bordo.
PS. Em tempo, como não consegui enviar esta postagem a tempo por falta de propagação, quando o fiz já estávamos na marina, atados aos nossos amigos dinamarqueses do Exabyte que nos aguardavam para nos ajudar com os cabos.
Foram muito simpáticos também quando nos receberam com uma sacola com frutas frescas e uma champanhe para festejarmos a travessia. Bons amigos!
Z

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Décimo quarto e quinto dia - lateral de Rodrigues Island

Ontem foi outro dia tranquilo, aliás o mais tranquilo de todos os dias de travessia.
Calmaria total. Testei os efeitos que a agua do mar pudesse ter feito no motor intensamente, pois motoramos por mais de 24 horas, e esse grande motor rodou perfeito!
Durante o dia discutimos sobre parar em Rodriguez Islanda que fica no caminho para Mauritius, ou seguir viagem.
A razão principal da parada é a previsão da entrada da frente fria que deve acontecer hoje a noite e os efeitos dela por mais uma semana.
Optamos por seguir viagem, pois iriamos atrasar nossa viagem por mais de uma semana, tempo esse que pretendemos gastar revisando o motor em Mauritius que tem uma revenda da Yanmar e enquanto isso explorando a ilha e tendo um merecido descanço.
As próximas 50 horas devem ser "animadas" - depois eu conto.
No momento que escrevo esta postagem, ja estamos no Décimo quinto dia com um nascer do sol lindo novamente, mas o horizonte vermelho o que nos lembra o ditado de marinheiros.. "Red sky at morning, saylor be warning!", ou seja.. vem porrada!
Desde a madrugada avistamos a silhueta de Rodriguez, uma ilha que provavelmente nunca vamos conhece-la - faz parte das Mauritius.
As linhas permanecem na água, mas as iscas desde a quatro dias só tomam banho de mar e mais nada!
Incrível isso!
Para aqueles que irão passar por essa região, informo que a recepção de sinal de radio SSB é péssima, pois estamos equidistantes da estação de Chennai (India) e Durban (África), e ambas com sinal fraquissimo. É um "buraco negro" esse trecho.
Nos salvamos, recebendo e mandando emails, assim como as previsões meteorológicas com a ajuda do Iridium.

Nossa posição as 02:07 UTC, S 19 36 E 063 13

Tudo bem a bordo

Z

Décimo terceiro dia

O lindo entardecer ontem prenunciava uma noite tranquila, e foi o que aconteceu.
Pudemos velejar sossegados nos alternando no "watch".
Ja cedo pude subir todo o velame e estavamos navegando o dia todo assim, com velocidade média em torno de 7kt.
O mar esta em paz (claro.. na escala "Indico") e nossa vida pode ser bem mais normal.
Faltam 550 milhas e pela previsão da meteorologia, uma frente fria que esta ao sul de Madagascar vai perturbar nossa paz a partir de Sábado. O vento deve se intensificar até nossa chegada e o mar, claro vai crescer novamente.
Assim, vamos aproveitar a paz até la, pois Sabado a noite e Domingo o dia todo prometem.
Corrigimos nosso horario previsto para chegada para Segunda Feira no período da manhã.
Linhas na agua, mas nada de peixe.
Tudo bem a bordo.

Posição as 09:15 UTC, S 19 19, E 067 07

Z

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Décimo primeiro/segundo dia - O velho Indico

Até que velejamos com um pouco de conforto no décimo dia e o começo da noite também, mas de madrugada o vento começou a aumentar novamente e junto com ele o mar - sempre do lado.
Temos um amigo que fez essa viagem anos atras e definiu sabiamente o que é navegar no Indico... "É como andar de camelo que tem uma das pernas mais curta".
E assim vem sendo as ultimas 30 horas.
A vida a bordo voltou a ficar miserável.
O que salva um pouco foi a medida que adotamos de passar a maior parte do tempo dentro da cabine que não é tão fria e nem tão umida quanto la fora.
A gente le muito, conversa muito, ouve musica, ve filme as vezes, conserta motor (sempre), faz pão (que aliás estava uma delícia - tão bom que ja acabou, mas a padaria abriu novamente e daqui algumas horas tem pão quente).
Não vou entrar no assunto novamente pra não cansar, mas entrou agua no motor novamente, não sei por onde nem como, mas entrou e ele estava travado novamente. Mesma ladainha e mão de obra e voltou a funcionar.
Adotamos alguns procedimentos agora visando evitar a possibilidade de nova entrada de água - a lista é longa, mas dentre elas vamos funciona-lo a cada 12 horas por pelo menos uma hora.
Hoje funcionou normalmente.
Vamos ver até a chegada.
Faltam 700 milhas e mantendo o estimado de chegaqda para domingo a noite ou segunda de manha em Mauritius.
Vou la fora tratar de colocar mais pano pra mancarmos (andarmos) mais rápido um pouco.
Tudo bem a bordo.
Posição as 05:13 UTC S 18 24 E 069 55

Z

domingo, 2 de outubro de 2011

Nono e décimo dia.

Anteontem a pauleira continuou.
Estavamos ficando complexados já, achando que só a gente acha ruim o mar e sofre com ele, mas recebemos um email dos nossos amigos Vikings que estão mais a frente relatando as mesmas condições de miserabilidade a bordo.
A diferença é que eles estão em 4 a bordo se revesando, e acredito que já estão acostumados com mar grosso.
Mesmo assim usaram um termo engraçado pra definir a situação "é como se estivessemos montados numa cela de um touro bravo".
De novidades, nada de peixe novamente (e ja acabou o estoque), pela primeira vez em 9 dias, um navio passou pela gente rumo a África, a Sandra o avistou visualmente e conferimos no AIS - Orion o nome dele.
A noite de anteontem prometia ser sinistra, pois a previsão era o vento acalmar e o mar crescer para 5 metros.
Achamos que seria prudente deixar o motor operacional, oque significaria desfazer os macetes que eu havia feito na tentativa de evitar nova entrada de água (retirei a mangueira de exaustão de agua/gases e isolei as respectivas entradas, assim como fechei o registro de entrada de agua salgada para o motor).
Deixei pra fazer isso no inicio da noite, pois seria muito tempo de motoração se o fizesse antes.
Dai.. Murphy agiu!
Fui virar a chave de ignição e... agua novamente!
Queimou o fusível de alimentação do motor como sempre também pela sobrecarga.
Serviço completo e a noite caindo.
Pra resumir, foram 4 horas de filme de suspense e horror com tempero de pancadaria, pois tivemos que consertar o motor novamente com as ondas que cresciam e rajadas de ventos que entortavam o barco.
Já estava suspeitando que a entrada de agua era pela admissão e não pela descarga como os livros sugeriam, mas depois dessa nova entrada de água tive certeza. Fui direto antes de tudo desmontar a bomba dágua e constatei o rotor desintegrado e por esta razão (sua inexistência), a agua fluia sem que o mesmo a impedisse.
Tinha um rotor novo e o troquei.
Dai fiz o resto do serviço que ja virou rotina, com um detalhe que a troca do fusivel foi feita pela Sandra que me ajudou muito - Para a troca, é necessário desenergizar o barco e dai alguém tem que o levar na mão, com o mar que estava e as rajadas, seria um serviço duro para a maruja. Então ela fez a troca e eu fiquei no timão.
O motor novamente rodou macio e motoramos o resto da noite.
Quando amanheceu, o mar já estava menos agitado (baixou pra 4 metros) e o vento também ficou mais constante em torno de 20 kt. Desligamos o motor e velejamos novamente o dia todo.
A noite foi uma velejada tranquila perto das anteriores.
Hoje amanheceu um lindo dia, com o mar bem mais calmo e ventos idem e deve permanecer assim por mais alguns dias, esperamos nós.
Faltam 1000 milhas ainda, permanecendo nosso estimado de chegada.
Hoje vai ter pão fresco, pois o pessoal da padaria acordou animado, motivado pelo fim de nosso estoque panificio.
Daqui a pouco vou subir todas as velas novamente depois de algum tempo para melhorar nossa média.
Tudo bem a bordo.
Posição as 03:00 UTC S 17 22, E 075 12

Z

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sétimo e oitavo dia - Shake shake

Sem moleza nem um minuto desde que o mar cresceu junto com o vento.
A escala de condição a bordo varia de ruim, muito ruim, péssimo e miserável.
No momento esta ruim, pois o dia acaba de nascer e o vento forte ainda não mostrou a cara (esta em torno de 20 kt).
Ja tem dois dias que adotamos o procedimento de que o revezamento do turno será feito dentro da cabine e não no cockpit onde as ondas não dão sossego e nossas roupas não param secas.
Aquele que esta no turno de vigilancia, põe o despertador a cada 30 minutos e vai la fora ver se esta tudo em ordem, e continua a checagem dentro do cockpit, verificando a navegação e o AIS.
Hoje depois de 8 dias navegando tivemos o primeiro trafego no AIS alias, um navio cargueiro que vinha da direção leste (Asia) com direção a África e passou a duas milhas da gente. Quase o chamamos no radio apenas para dar um "oi" e nos sentirmos menos solitários, mas achei melhor ficar quieto, pois la tambem deveria ter gente dormindo.
Nada de novo ontem, a não ser a moqueca de Dourado que estava fantástica - vamos sentir falta disso quando a viagem acabar!!!
Hoje é dia de botar as linhas na água novamente pois temos peixe só pra mais um dia.
Nossa média de singradura vem sendo 148 nm (+/- 6,1 kt), baixa perto dos nossos amigos "vikings" do Exabyte que tem feito até 160 nm de média e estão já um dia a nossa frente. Esse marzinho pra eles deve ser uma piscina perto dos mares nórdicos, dai eles "baixam o sarrafo".. eu heim!?
E tome onda.. entrou uma agora que fez voar tudo que estava do lado esquerdo para o direito.
Estão faltando 1320 milhas ainda (ja fizemos 1016), esta mantido nosso estimado de chegada em Mauritius para a outra Segunda feira.
Tudo bem a bordo.
Posição S 16 09 E 080 25 quando 01:42 UTC (ja adiantamos mais uma hora o relógio, pois ainda estava dia 19:30 local)

Z

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quinto e Sexto dia - Dureza

A gente estava achando que teriamos uma compensação pelas pauleiras que pegamos no Pacífico (que diziam fazer juz ao nome)...
Ontem o Indico mostrou um pedacinho da sua cara. Ainda de manha, ficamos felizes com a pesca de um dourado, e quando eu estava limpando o peixe, começou a ventar um pouco mais forte.. mais forte e mais forte, dai claro que o mar cresceu, e cresceu e cresceu.
A vida ficou miserável a bordo.
Ondas passando por cima do barco, cockpit enxarcado e por ai vai.
Escovar os dentes é tarefa complicada, dai o resto da pra imaginar.
O grib mostrava isso, mas achei que não poderia ser verdade, pois o dia estava lindo e tudo o mais.
A noite foi daquelas também, e o dia começou do mesmo jeito.
A notícia ruim é que vai durar até noite de hoje, e notícia boa é que vai melhorar amanhã, e teremos um final de semana bom (dentro dos padrões de Indico).
Fezemos 740 milhas já, mas ainda faltam 1700 mais ou menos - isso quer dizer, mais onze dias, talvez doze, pois baixamos nossa média com o mar desse jeito.
O cara que criou as propagandas de relógio e bebidas onde aparecem lindas loiras com chapelões e sujeitos com bermudinha e camisa polo branquinhas velejando e rindo a toa, deveria ser processado por propaganda enganosa e calunia.
Ainda que com essas condições, a mestre cuca preparou um dourado grelhado maravilhoso ontem.
Assim, não podemos nos queixar e pensar que poderia ser pior!
Recebemos um email de um barco que esta na nossa área navegando (eu os ajudei na saida de Cocos, mostrando o canal), dizendo que estavam mudando o destino que inicialmente seria Chagos, para Mauritius também. A razão, o capitão teve um descolamento de retina, e em consulta com o médico por telefone, este lhe disse que a chance de salvar a visão é proporcional a velocidade com que ele fizesse a cirurgia num grande centro - ele ainda estava a 900 milhas de Mauritius (6 dias), e teria que pegar um voo para um grande centro! Pobre velejador!
Estamos bem a bordo.
Posição : S 15 09 E 085 14

Z

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quarto dia de trravessia

Motoramos a noite toda com receio de desligar o motor e novamente agua entrar nos ciindros.
Achei melhor pesquisar um pouco mais sobre o que estaria causando essa entrada de agua e como evita-la mesmo que provisoriamente, antes de desligar.
Assim, hoje ao amanhecer ja tinha um plano e cortamos o motor.
Desconectei a mangueira de descarga (que só pode ser por onde a agua retorna) e bloqueei-a com um copo resistente, apertando a braçadeira em torno dela. No lado do cotovelo que sai do coletor/rediador, fiz algo parecido, mas com uma camara de pneu de caminhão e uma braçadeira. Fechei também o registro de entrada de agua salgada, que é por onde é admitida a agua para refrigeração do sistema. Até que deu menos trabalho que eu esperava, mas pelo menos sei que não entra mais agua.
Só não posso esquecer de desfazer tudo antes de ligar o motor novamente (quando em funcionamento a agua não entra, pois a pressão interna é maior que a externa). E assim vamos... um remendo aqui, outro remendo la.. me lembra muito acampamento de escoteiro, apesar de nunca ter feito um :).
Nisso já fizemos 490 milhas, mas ainda restam outras 1900 ! :(
Se mantivermos a média que estamos fazendo de 6.2 kt, deveremos chegar em Mauritius dentro de 11 dias.
Ainda temos a opção de fazer uma parada em Rodriguez, que fica bem no caminho, uns tres dias antes da chegada.
Ontem falei com minhas filhotas (não consegui falar com o Marino :(), e meus pais. Incrivel o tal do Iridium, nós no meio do nada, ha quatro dias sem ver uma alma viva (tirando os petreis e albatrozes), nem barco, nem navio... a gente consegue falar como se estivesse em casa.
Pena ser tão caro o recurso.
O mar esta mais calmo hoje e o vento claro, também.
Deveremos baixar nossa média, mas depois de amanha o vento e mar voltam a subir segundo a previsão.
Nada de peixe ainda... as iscas estão só tomando banho.
Marzinho ruim de peixe o tal de Indico!
Tudo bem a bordo.
Posição : S 14 33 E 089 20

Z

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cocos - Mauritius( terceiro dia)

Dia do aniversário do Zé!!! Parabéns ao querido Capitão!
Estamos no terceiro dia de travessia. Mantivemos a singradura de aprox. 150 mn.
O clima está chuvoso, vento e mar razoáveis. Nada de peixe ainda...almoçamos canja de galinha ( sem a galinha )mas valeu para aquecer um pouco!
Hoje cedo fomos ligar o motor para carregar as baterias e cadê?? Pifou novamente. Mais água no sistema. O Zé passou horas lidando e conseguiu retirar a água, portanto, estamos aqui embalados pelo ronco do Yanmar torcendo para que dessa vez não nos deixe mais.
Daqui a pouco vai rolar um brigadeiro.

Sandra

domingo, 25 de setembro de 2011

Segundo dia rumo a Mauritius

Fizemos 150 milhas no primeiro dia, uma boa média comparando com nossas outras passagens, todavia gostaria que estivessemos mais rápidos, pois não me agrada ficar exposto tanto tempo em mar aberto no Indico.
Ainda bem que as condições de tempo estão boas (o mar esta um pouco grande, o que causa um desconforto em nossa rotina), e a previsão para os próximos dias é de tempo bom também.
Apesar da geladeira estar cheia e a dispensa também, não temos carne, pois em Cocos as opções eram mínimas. Assim estamos confiando na pescaria, mas não estou botando muita fé neste mar. As linhas estão na agua desde nossa saida e até agora nada.
Nossos amigos do Exabyte dispararam na frente, pois o barco deles é de regata, com bem mais área vélica que o nosso e não devem se incomodar com desconforto.
Estamos com muito sono, mas bem.
Nossa posição : S 12 44 / E 094 31

Z

sábado, 24 de setembro de 2011

Zarpando de Cocos Keeling

Acordamos cedo como sempre fazemos nos dias de partida.
Depois de quase uma semana de tempo ruim com ventos bastante fortes, chuvas intermitentes, consertos de motor e idas e vindas até as duas vilas do atol em busca de provisões para o barco, finalmente uma janela surgiu e o dia amanheceu ensolarado.
Infelizmente nem pudemos curtir as belezas da ilha, pois temos que ir seguindo para escaparmos da temporada de ciclones que começa em Novembro.
Nosso destino é Mauritius, mas se estivermos cansados ou qualquer problema, podemos parar antes (3 dias antes) em Rodriguez, ilha pertencente ao arquipelado de Mauritius.
Estamos navegando com todo pano em cima, pois o vento que soprou durante toda a semana, ficou fraco (10 a 15 kt)bem na popa.
Fizemos amizade com uma familia de Dinamarqueses que viajam o casal e dois filhos a bordo do "Exabyte".
Saimos juntos de Cocos e deveremos seguir juntos até a Africa, quem sabe o Brasil.
Tudo bem a bordo.
Nossa posição : S 12 04/ E 96 46

Z

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ancorados em Cocos Keeling

Desculpem a "bagunça" das postagens, pois eu reenviei todas que ja havia enviado, pois fui alertado pela minha irmazinha que as mesmas não estavam sendo publicadas. Por alguma razão o blog se desconfigurou.
Bem.. Chegamos finalmente a Cocos Keeling, depois de uma navegada bastante desconfortavel, completada pela pane de motor que tivemos dois dias antes da chegada.
A valvula do sifão da agua de refrigeração do motor se rompeu, permitindo que a agua do mar retornasse pelo escape até os cilindros, inundando-os. Descobri da pior maneira - quando tentei ligar o motor!
Pra completar devido ao "travamento" do motor, o fusivel de alimentação do arranque "torrou".
Reduzi pano ao máximo no último dia para reduzir velocidade a fim de chegarmos ao amanhecer de domingo e não na noite de sábado como previsto.
Entramos no atol a vela e depois de muito bordo, conseguimos chegar a ancoragem graças a indicação do pessoal do customs australiano que nos ajudou.
Depois de jogar a ancora, trabalhei no motor o dia todo, mas fui recompesado no final do dia.
Efetivamente Yanmar é um grande motor!
Funcionou como se nada tivesse acontecido após eu retirar a agua via bicos injetores.
Agradeço tambem as dicas do Marcelo da Agromar de Itajai, que é quem sempre incomodo quando em apuros.
O fusivel improvisei um "tabajara" com filamentos de cabos de cobre.
A válvula do sifão, ideal seria uma nova, mas aqui onde estamos só tem agua de coco e coqueiro, então fiz um reparo com superbond, algumas braçadeiras de nylon e mastique de silicone (espero que funcione até Mauritius).
Dia seguinte pudemos ver a beleza do lugar onde estamos que lembra muito Suwarow, em Cook Island.
Fomos presenteados com um show de um cardume de golfinhos que veio nos visitar. Pude nadar com eles e ver quão belos são esses mamiferos de perto. Nem se incomodaram com minha presença entre eles, e passavam por mim se virando e olhando diretamente nos meus olhos... emocionante!
Hoje acordamos bem cedo e fomos até as duas vilas do atol, para reconhecimento de terreno e reabastecimento de agua que nos disponibilizam no pier (agua da chuva coletada).
Fomos de ferry até a outra extremidade do atol, onde se concentram mais os australianos e onde fica o aeroporto e algumas pousadas, assim como o supermercado que vamos nos reabastecer.
O tempo não esta muito bom e estamos prevendo sair daqui no final da semana quando segundo a previsão, as coisas vão melhorar.
Daqui, seguiremos para Rodriguez (arquipelado de Mauritius).

Z

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Adeus Indonesia

Acordei cedo hoje (quarta feira), pensando na rota, nos detalhes da saida, ancora que provavelmente estaria agarrada nas pedras, barcos de pescadores que resolveram ancorar a noite perto da gente, enfim uma longa noite.
Como previsto pelo grib, o vento deu uma acalmada, e o dia amanheceu lindo, com por de lua e nascer radiante de sol.
Os pescadores sairam cedo e a ancora soltou sem problemas.
Preparamos o Tuta para uma operação de guerra, pois na ultima etapa com o vento e o mar de lado, constatamos uma quantidade enorme de infiltrações e goteiras que "carimbaram" livros, travesseiros e colchões. Envolvemos a maioria de nossas coisas em plasticos, e removemos os colções do quarto de proa. Durante os dias que estivemos ancorados, reapliquei sika flex em diversos pontos na expectativa de parar as infiltrações... vamos ver.
Ja estamos navegando em mar aberto até que enfim, numa velocidade de 8 kt (devido o vento e a correnteza que nos empurra na saida do estreito de Sunda (espero que nos abençoando e não nos expulsando!)
O mar por enquanto esta suportavel.
Estamos estimando chegar em Cocos Keeling no domingo de tarde, e a previsão de tempo na rota é boa.
Tudo bem a bordo.

Z

Posição : S 06 46 E 105 09

domingo, 11 de setembro de 2011

Ainda ancorados em Java...

Sorte termos encontrado esta ancoragem.
Não existe alma viva num raio de 10 km pelo menos e somos os únicos seres humanos por aqui.
Uma sensação de paz e ao mesmo tempo de alerta, pois existem histórias de pirataria por aqui também.
Escondida do vento (um pouco) e do swell, pudemos descançar bastante, apesar do ruido constante do assobio do vento nos estais.
Não nos animamos a enfrentar o mar de 4 metros e ventos de 25/30 kt - ambos na lateral por 600 milhas (distancia daqui a Cocos) e resolvemos ficar por aqui ajeitando o barco e pondo em dia diarios, computadores e nossas leituras.
Ontem teve até seção de filme.
O "grib" mostra uma condição melhor a partir de quarta feira, quando pretendemos sair.

Z

Java

A noite foi "daquelas", o barco balançou muito ( hoje com experiencia de pai e avo, não entendo como os bebês conseguem dormir com as pessoas os balançando sem parar - deveria ser proibida tal prática !)
Levantamos cedo e ja saimos em busca de combustivel, agua e comida.
Dentro de uma pequena enseada onde os ferry boats manobram, uma pequena lancha local nos guiou até um local onde pudemos ancorar. Os garotos da lancha nos ajudaram em comprar agua e disel, e no dia sguinte fomos de taxi até um supermercado numa vila próxima.
Aprontamos o barco e dia seguinte (ontem) resolvemos ir mais ao sul, já na saida do estreito (umas 60 milhas).
O inicio da navegada foi tranquilo, mas na segunda hora o vento já começou a mostrar a sua cara.
Chegamos a quase 9 kt, e o vento entrando a 25/30 kt numa orça apertada. As ondas começaram a entrar mais fortes e várias passaram por cima da gente.
Incrível a força do mar por aqui, pois ainda estavamos dentro do estreito num lugar protegido - fico imaginando como esta la fora.
Tivemos que fazer um bordo para chegarmos ao ancoradouro, o que nos custou atraso na chegada.
E la fomos novamente ancorar a noite - ainda bem que a lua estava quase cheia e bem brilhante o que tornou mais fácil nossa chegada.
Apesar do vento fortissimo (25/30kt), a ancora agarrou bem e tivemos uma noite tranquila.
Resolvemos descançar hoje (domingo), aguardando que o mar diminua um pouco antes de seguirmos viagem.
Provavelmente amanha cedo zarparemos para Cocos.
Nossa posição: S 06 44 435 E 105 14 777

Z

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Extreito de Sunda - Java

Depois de quase uma semana de uma indigesta navegada, chegamos pra variar a noite em Java, já no estreito entre ela e Sumatra, vizinha ao extinto "Krakatoa" que alias esta submerso.
Sempre conseguimos nos sair bem em nossas chegadas noturnas em nossas viagens, mas ontem não era nosso dia.
Também não da pra exigir muito da Indonesia, onde as cartas nauticas são inconfiáveis, as sinalizações são péssimas e a infraestrutura para veleiros são muito ruins.
O que vimos em nossa chegada, foi uma cidade (parte oeste de Java), próxima a Jakarta, onde provavelmente é a area industrial, que deixa Cubatão em São Paulo, com complexo de inferioridade, tamanha a quantidade de refinarias, industrias e chaminés que despejam toneladas de fumaça quimica na atmosfera.
O cheiro é terrivel e a visibilidade ao nos aproximarmos da ilha, é péssima - um fog denso.
Acabamos perdendo horas em busca de um local para ancorarmos, pois as marinas comentadas em um manual que encontramos simplesmente não existem.
Durante nosso vai e vem contra uma correnteza de 3kt no estreito, acabamos ficando sem combustivel ( tinhamos mais sessenta litros em bombonas ), e tivemos que ancorar a 40 metros para poder fazer o reabastecimento.
Encurtando, o motor da ancora nos pregou uma peça, e fora o banho de diesel, conseguimos "desatolar" tres horas depois.
Resultado, conseguimos ancorar num lugar bem ruim por volta de tres da manha.
Hoje iremos nos situar e tentar o reabastecimento e provisionamento do barco.
Nossa intenção é sairmos o quanto antes em direção a Cocos Keeling.

Z

terça-feira, 6 de setembro de 2011

De volta ao Indico - Singapura - Estreito de Sunda

Estamos no sexto dia da travessia e deveremos chegar amanhã, onde esperamos encontrar uma marina na ilha de Java para podermos reabastecer o barco de comida e diesel.
A viagem vem sendo muito ruim, pois estamos navegando no contravento, na contra-maré, contra tudo!
Nossa média vem sendo irritantes 3,5 kt de velocidade com a singradura não passando de 85 milhas/dia, ainda graças a ajuda do motor.
Tudo bem a bordo, apenas não pudemos escrever antes por absoluta falta de propagação do radio para podermos enviar nossos emails.
Nossa posição, S 3 46, E 106 20

Z

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estada no Brasil

Deixamos o Tutatis “descansando” na marina e fomos ao Brasil via aérea. Antes de embarcarmos, resolvemos ficar uns dias em Singapura para podermos conhecer um pouco a cidade e nos habituarmos com a civilização novamente. A viagem ao Brasil foi cansativa, durando cerca de 48 horas entre taxi, ônibus, trem, avião e aeroporto. Tudo foi compensado pela alegria de dividir a felicidade com minha filha que se casou, e rever toda família que tanto falta nos faz. O tempo passou rápido mesmo com o atraso da volta devido a alguns probleminhas de saúde. A volta foi menos “dolorida”, pois o deslocamento para leste é mais fácil do organismo assimilar. Logo após a chegada a marina na Malásia, começamos a função de preparar o barco para sairmos. Planejamos substituir o banco de baterias por um novo, pois o que estava no barco vem apresentando problemas. A melhor opção de preço foi em Singapura, e resolvemos ir para lá com o Tutatis. Tivemos dias de trabalho duro costurando a genoa a mão, pois não encontramos um sailmaker na Malásia que pudesse fazer os reparos. No dia seguinte a nossa chegada, fomos nos encontrar com nosso amigo Marconi que esta morando e trabalhando em Singapura. Um belo churrasco nos aguardava com uma carinhosa acolhida em sua casa onde pudemos lembrar como era dormir numa cama em terra com todo o conforto. A viagem de Johor Bahru na Malásia até Singapura (marina One15) durou cerca de 8 horas navegadas entre centenas de navios que cruzavam nossa proa o tempo todo. A marina que optamos ficar foi a melhor de toda nossa viagem – graças a dica de nosso novo amigo Francis, vizinho na marina da Malásia. Mordomias por todo o lado, em instalações de primeiríssima qualidade, mas nem por isso cara como 99,9% das marinas de um “certo” lugar que conhecemos. A cidade é apaixonante sob todos os aspectos. Uma impressionante arquitetura que não para de se multiplicar em projetos de tecnologia, elegância e bom gosto impares. Incrível o que o imposto bem aplicado faz. Sentimo-nos seguros em andar pelas ruas a qualquer hora, pois a criminalidade beira o zero. Tudo funciona, e todos se respeitam e respeitam as leis principalmente. Claro que tudo baseia-se em leis bem feitas atreladas a penalidades pesadas e exemplares – para ter-se ideia, jogar lixo na rua a multa é de R$ 600,00, comer ou beber a bordo de transporte coletivo idem. Os metros são impecavelmente limpos. Somente duas coisas depõe contra Singapura (pelo meu prisma), o calor (e umidade) torna quase impossível o sono para quem não tem ar condicionado (nosso caso), e o consumismo exacerbado, motivado talvez pelo calor ( as pessoas se escondem nas centenas de belíssimos shopping centers e malls, que parecem dar cria sob a cidade), e pelo capitalismo que aqui mostra todo seu vigor. Igualmente o tempo passou rapidamente, entre trabalho no barco substituindo baterias, consertos e trocas de ventiladores, bombas hidráulicas e revisão do motor. Tudo pronto, nos demos conta de um detalhe importante – o visto australiano para Cocos Keeling, nosso destino a caminho da África. Para tornar curto um longo assunto, gastamos quatro idas e vindas ao consulado (leia-se, ônibus, taxi, metro) para finalmente após um funcionário graduado no consulado, um australiano de Brisbane, que é velejador também, conseguiu abreviar o tempo para a retirada do visto. Na pressa de voltarmos ao barco para os preparativos da saída, esquecemos os documentos do Tutatis na embaixada!!! Mais uma ida até lá, e novamente a saída adiada. Tudo vai dar certo no final. Nossos planos agora são zarpar amanhã cedo (após a minha volta da embaixada), com destino ao estreito entre Java e Sumatra, por onde retornaremos ao Indico. Dali seguiremos para Cocos Keeling, e depois para Mauritius antes da África.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nongsa Point

A noite que antecedeu nossa chegada, foi literalmente em claro, pois ambos não conseguimos pregar os olhos, cuidando da quantidade absurda de barcos de pesca super-iluminados e centenas de navios que entravam e saiam dos portos da Malasia e Singapura. De manha entramos finalmente no canal que divide a Indonésia da Malasia. O AIS (transponder que nos auxilia na identificação dos navios e vice e versa), coitado, enlouqueceu! Simplesmente ele travou a tela do nosso plotter devido a quantidade de navios – eram mais de 500 ! A entrada no canal que nos levou a marina de Nongsa Point foi bem tranquila, e já na chegada um barco com dois funcionários da marina vieram nos receber e dar instruções de atracagem. A marina é de primeiro mundo e faz parte do complexo de um resort. Tivemos a disposição todas as mordomias possíveis durante nossa estadia. Aproveitamos os dias para deixar o barco em ordem apos a travessia e prepararmos para deixa-lo por um mês. De memorável em nossa ultima parada na Indonésia, tivemos pela primeira vez a presença de um clandestino a bordo – um camundongo! Viemos a saber no dia seguinte que o ratinho havia pulado de uma grande barco de mergulho, na agua e provavelmente nadado e subido no Tutatis. O “estrago” em nossa dispensa foi grande. Pacotes de açúcar, trigo, cereal e até uma garrafa de óleo foram abertas pelo roedor faminto. Sem falar no barulho que ele fez durante a noite nas explorações que fez pelo barco. Foi difícil mas conseguimos capturar o bichinho, que no final ficamos ate com pena. Ficamos três dias em Nongsa Point e zarpamos para Johor Bahru – Malasia, ultima escala antes de viajarmos ao Brasil. Os canais que nos levaram até nosso destino estavam bem congestionados com o vai e vem dos navios e fizemos vários desvios para evitar os tráfegos. Chegamos na marina Puteri Harbour, junto com a chuva que graças a Deus veio para amenizar o calor que nos castigou o dia todo. A marina é novinha – inaugurada no final do ano passado, e faz parte de um complexo imobiliário que estão implantando no local. Muito luxuosa e bem montada, porém com preços muito acessíveis. Pela primeira vez desde que deixamos o Brasil tivemos uma internet decente e melhor, de graça, sem falar nas outras mordomias que ela proporciona aos usuários. Neste final de semana deveremos deixar o Tutatis aqui e seguirmos para Singapura de ônibus e de lá voaremos para o Brasil. Estaremos “fora do mar” por algum tempo, mas prometo atualizar as fotos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A caminho da Malasia

Dureza se desacostumar de uma ancoragem boa e a rotina perfeita que tivemos nestes últimos 20 dias.
Quem imagina que vida de velejador é moleza, deveria passar uma semana com a gente quando navegando, ou após uma longa navegada (consertos que nunca acabam).
Reclamações a parte, as últimas 48 horas não podemos nos queixar do vento e do mar.
Esta parte do mar de Java, é protegida de um lado pela continuidade das ilhas indonesias a oeste - Bali, Java, Sumatra e a leste por Kalimatan (antiga Bornéu), então o mar não cresce tanto - eu disse tanto, mas sempre tem um swellzinho pra chacoalhar.
Cruzamos o tempo todo com navios que vão e vem e também pelos barcos de pescadores que aparentemente "arrastam" camarão.
Aliás, o design dos barcos indonésios são uma obra de arte - não sei se funcionam bem, mas são exóticos e bonitos.
Estes que temos encotrado por aqui, se parecem com os sapatos de aladim (o da lampada), com pinturas super trabalhadas, um capricho.
Sempre ficamos "ligados" quando eles se aproximam, devido as estórias de piratas que lemos e ouvimos por estas bandas.
Mas até agora, apenas encontramos pescadores curiosos e ver um barco com design diferente do deles! :)
Mudamos nossos planos de parada em Bornéu e estamos seguindo para Pulau Batam, uma ilha indonesia que fica em frente a Singapura/Malasia, e segundo soubemos pode-se fazer a saida do país.
Deveremos chegar na marina de Nongsa Point daqui a quatro dias, uma rápida parada e mais um dia até nosso destino.
Incrivel, mas desde que deixamos a Australia - um mes atras, não pegamos um peixe sequer no anzol, que apenas aproveita para se banhar no Indico.
Acho que os indonesios estão acabando com a raça dos peixes por aqui.
Nossa posição : S 04 17 E 110 46

Z

sábado, 18 de junho de 2011

Deixando Gilis

Tivemos duas semanas ótimas em Gili Air.
Tudo ótimo, ancoragem perfeita, recarga dos cilindros em frente aonde estavamos, boa companhia (o casal do "Ariana" - John e Nancy que estavam na aconragem também e saimos juntos de vez em quando) e uma paz total na ilha.
A Sandra ja sabia até o nome dos gatos (centenas deles nas ilhas), num sinal que já era hora de zarparmos.
Os fatos determinantes foram a constatação que nosso banco de baterias vai ter que ser substituido, o gerador portátil pela enésima e última vez nos deixou na mão (hora de trocar também) e a aproximação do mes de julho, que devo ir ao Brasil.
Estudamos as possibilidades e chegamos a conclusão que Singapura/Malasia é a melhor opção para os tres itens.
Assim, ontem após o almoço levantamos ancora num daqueles dias que da dó sair do lugar - céu azul, mar calmo, agua limpa... ai ai..
Mas temos que nos mexer!
Serão quase 1000 milhas até Singapura, pelo mar de Java no Oceano Indico.
Deveremos fazer uma parada em Bornéu (ainda Indonesia) para fazermos a burocracia de clearance nossa e do barco.
A primeira noite, pra variar desacostumados com a dureza da madrugada, tivemos uma noite "daquelas" com vento forte, e mar grande entrando pela popa - uma onda lavou o cockpit, eu e a Sandra.
O dia amanheceu melhor, com vento fraco (10kt) e estamos numa velejada tranquila.
Nossa posição:
S 06 59 E 114 44

Z

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ainda em Bali

A semana em Bali passou rapidamente.
Fizemos varios passeios pela ilha - aventuras digamos assim, de bicicleta, de carro com motorista (guia) e de carro comigo ao volante.
Me refiro a aventura, pois Bali tem o transito mais caótico que já conheci.
Bali tem oficialmente 3,5 milhões de habitantes, fora os turistas que são despejados pelas centenas de voos diários vindos das mais diversas capitais mundiais. Difícil dizer com números oficiais, mas acredito que mais da metade da população tem pelo menos uma moto (senão duas, ditos por eles mesmos). Quem não tem moto, tem carro, e quem não tem nenhum nem outro, anda pelas ruas - pelas ruas mesmo, pois calçada é coisa que não existe por aqui.
Da pra imaginar a confusão!
Mais incrivel é que não vimos um acidente sequer!
Acho que Buda, Alah e papai do céu fazem plantão alternado para cuidar das almas de Bali.
O fato é que nós ocidentais e principalmente a gente que esta meio bem bicho do mar, ficamos arrepiados com tanta confusão, barulho e imprudencia.
Tirando isso, pudemos curtir um pouco da cultura totalmente diferente que estamos acostumados, assim como ver belas paisagens que ainda restam nesse pedaço de paraíso castigado pela mão do homem.
Decidimos sair um pouco do ambiente da marina e fomos em busca de lugares menos habitados e aguas mais limpas para que pudesse finalmente mergulhar e inspecionar a rabeta * (no final eu conto oque suspeito tenha sido a vibração que nos acompanhou parte da travessia Australia-Bali.
Deixamos a marina com os tanques de diesel cheios (alias diesel bem caro, pois a marina espertamente contrata um barco abastecedor e cobra 50% mais caro por isso), e os tanques de agua potavel cheios de agua mineral ! (que é barata, e é a única opção alias). Nosso destino, as ilhas de Gili, ao norte de Lambok- ilha vizinha a Bali.
Subimos a costa de Bali rumo norte, evitando a forte correnteza que nesta época do ano flue de norte para sul.
Pudemos ver as paisagens da costa balinesa de perto, onde se destavavam as praias de areia escura (vulcanica), da exuberancia das cores das matas e do céu e da silhueta dos vulcões que compõe a paisagem.
Como haviamos saido um pouco tarde da Marina, achamos melhor pernoitar numa enseada da costa norte de Bali, onde pude mergulhar finalmente para verificar a ancora e checar o fundo do barco.
Oque vi foram marcas bem fortes de que algo (rede ou pedaço de rede ou um cabo grosso) que se engatara na bolina/hélice do Tutatis.
Dai a vibração.
Durante a travessia eu tentei verificarpor fora se havia algum pedaço de detrito sendo arrastado, mas nada constatei.
Provavelmente oque se engatou era curto, mas com tamanho sufuciente para desbalancear o giro do hélice.
A noite foi meio bem agitada, pois o swell nos castigou fazendo o barco parecer que navegava.
Dia seguinte cedo, levantamos ancora e prosseguimos nossa viagem.
Chegamos a Gili Trewangan por volta de 13:00hs, e nos amarramos a uma bóia - não da pra ancorar nessas ilhas, pois alem de fundo, a variação das marés faz a correnteza chegar aos 4/5 kt, tornando a ancoragem perigosa (o fundo é de rocha coberta de corais).
As ilhas Gili, tem "astral" bem destintos.
A primeira que chegamos é bem agitada, cheia de hoteis e pousadas e varias dezenas de restaurantes, com muita gente jovem e barulho até de madrugada. Na rua oferecem todo tipo de droga( discretamente) e o comércio de cogumelos alucinogenos é livre.
Em algumas casas tem outdoors com os dizeres "tickets to de moon" e os cogumelos ilutrando o poster.
Diferenças culturais...
A segunda - Gili Meno, é quase despovoada, apenas com um ou dois pequenos hotéis e alguns habitantes e a terceira, Gili Air, foi a que mais nos indentificamos. Parece que é uma Gili Trawangan de antigamente, de vinte ou trinta anos atras.
Bem calma, com hoteis e pousadas, assim como restaurantes, porem sem agito e o tipo de turista, mais alternativo e com mais idade, que busca sossego e reflexão.
A ancoragem é a melhor que ja tivemos na Indonésia, pois fica no meio de corais dos dois lados e pelo lado do fundo a ilha, então é muito calma e para completar a noite vem o vento das montanhas de Lambok que descem bem geladinho e deixam o barco bem fresquinho para dormirmos.
A semana passou rapidamente também, entre mergulhos e caminhadas.
Agora estamos decidindo que caminho tomamos, para dar continuidade a nossa viagem.

Z

sábado, 28 de maio de 2011

Bali

O vento definitivamente acalmou-se, até de mais pra nosso gosto.
Aqui é assim: 8 ou 80!
Poderiamos deixar o barco seguir nos 2 kt que ele conseguia andar, mas as velas batem muito e fazem o barco sofrer muito.
Achamos melhor motorar, até porque misteriosamente o barulho que tinhamos vindo da rabeta sumiu.
Prosseguimos motorando na expectativa de um ventinho, que na verdade vinha meio timido em algumas horas do dia e a noite - acho que isso já devido a influência das grandes ilhas da Indonesia.
A quantidade de navios e principalmente de sujeira (garrafas plasticas, sacos de supermercado, cadeiras plasticas e demais objetos) aumentou uma barbaridade, e passamos a observar com mais atenção a frente do Tuta.
Nada de peixe - também com uma sujeira dessas... eles estão mais é certos de ficarem la no fundo.
Tentamos acelerar um pouco mais no último dia, com objetivo de chegarmos ainda de dia em Benoa, o porto de entrada de Bali.
Mas Murphy, nosso companheiro inseparavel, sempre nos "ajudando", providenciou uma correnteza contra nas últimas horas que nos colocaram num dilema. Esperar do lado de fora da baia até de manha onde estava bem "nervoso" o mar, ou entrar a noite indo contra as recomendações de duas publicações que mencionam a má qualidade das marcações, boias e farois que se confundem com as luzes da cidade.
Achei melhor tentar a segunda opção pois o vento estava calmo, a lua era cheia e principalmente não queriamos mais uma noite acordados.
Seguimos bem lentamente pelo canal de entrada, com 2 kt de correnteza a nosso favor, e iamos "tateando" o caminho.
Os manuais estavam certos, pois a confusão de luzes nos atordoa.
Ainda bem que o clarão da lua nos ajudou bastante e pudemos seguir com segurança até o pier da Marina.
Atracamos por volta de 20:00 hs com a ajuda de dois guardiões da marina.
O nome da marina é pomposo - "Bali International Marina", mas é puro merchandising!
De International, só tem alguns veleiros que são de variados países, mas as facilidades que ela apresenta são péssimas.
A agua que nos cerca, é hiper-poluida, a agua da torneira não é boa para consumo e é cobrada (cara), a eletricidade da mesma forma cara e volta e meia cai, o pier é de flutuantes, mas muito mal construidos de forma que a gente andando sobre ele temos que nos equilibrar como se estivessemos bebados. Os chuveiros e banheiros sujos e mal mantidos.
Tudo isto se ameniza com a extrema simpatia do pessoal da marina, que sempre tem um sorriso no rosto e boa vontade em nos ajudar.
Depois escrevo mais sobre nossa exploração de Bali.

Z

sábado, 14 de maio de 2011

Indico - Indonesia

O ventinho que eu disse havia entrado, se tornou um vento consistente e claro que com ele, o mar cresceu.
Cresceu, e junto com o swell previsto nessa area, juntou-se as ondas provocadas pelo vento forte e a vida ficou miseravel dentro do Tuta.
Nada que não tenhamos sentido nesses anos de viagem, mas admito que não estava com saudades.
Nossas pernas, ombros e outras partes do corpo, misteriosamente começaram a ficar doloridas e com alguns roxos.
O mistério na verdade é fruto de tanto nos batermos andando pelo barco parecendo bebados.
Mas é o preço que pagamos para termos no nosso quintal os lugares que temos conhecido.
Os últimos dias foram meio monotonos e sonolentos, sem peixe, pois a tarefa de limpar e lavar o pescado fica dificil e despendiosa( agua que temos que racionar, pois com o mar grande não podemos produzi-la ).
A monotonia era quebrada quando o avião do Customs Australiano sobrevoava a gente e nos fazia as mesmas perguntas diariamente - "de onde vem, pra onde vão?" - que memória curta a deles!
Mas é legal temos a "companhia" deles nesses lugares tão distantes.
Faltam menos de tres dias pra chegarmos e ja estamos avistando ilhas que formam a Indonesia a nossa direita.
O mar deu uma acalmada, mas o vento continua.
Estamos com alguns probleminhas a bordo:
Constatei um rasdo de 10 centimetros na vela grande ( acho que fruto da idade e do rizo constante). O resultado é que não podemos usa-la exceto no rizo máximo (área mínima), e o barco não anda.
O vento esta exatamente em nossa popa, e por isso temos que fazer um zig zag pra avançarmos sem bater as velas.
Outro problema, um ruido de metal batendo surgiu da rabeta. Desconfio que o anodo se soltou em parte, e a vibração do motor, faz com que ele bata na rabeta e o som vem amplificado pra dentro do barco.
Para resolver o problema ou pelo menos ter certeza do que é, tenho que mergulhar.
Mas pra mergulhar com segurança nesse mar de 2.5 metros de ondas, fica complicado.
Assim resolvemos usar o mínimo o motor e somente em rotação baixa.
Quando mais perto de alguma ilha, ou o mar se acalmar, tentarei resolver isso.
O dia esta lindo e a previsão para os próximos dias é a mesma... sol, ventos de 15 a 20 kt e swell de 2 metros.
Tudo bem a bordo.

Nossa posição : S 10 23 E 120 02

Z

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mar do Timor

Até hoje de madrugada tivemos ventos fracos, mas suficientes pra usarmos todos os dias a Genneker (parecida com vela balão pra quem não conhece) e tivemos dias de velejada muito tranquila como a tempos não tinhamos. Durante as noites com a falta de vento a gente motorou. Nossa média de deslocamento não esta grande coisa devido a isso. De manhã finalmente entrou o vento prometido nas cartas meteorológicas, e ainda segundo as previsões deve aumentar e permanecer assim até final de semana.
O tempo continua bom, muito sol e um calor quase insuportavel durante o dia, refrescando a noite.
Estamos navegando no Mar do Timor, deixando o Mar de Arafura para tras.
Ontem tivemos a visita do avião do Customs Autraliano que sobrevoou o Tutatis e nos chamou pelo radio pedindo informações sobre nosso destino e porto de origem. Ainda ontem mandamos um email para o serviço de fronteiras da Australia, pedindo uma parada técnica em Darwin para reabastecimento e reprovisionamento do barco e ontem mesmo recebi resposta positiva, mas optamos por prosseguir direto para Bali com opção de pararmos em Kupang (Timor) caso precisemos.
Temos combustivel suficiente para chegar em Bali, mas nossas verduras e frutas acabaram. Segundo a nutricionista a bordo :), não há a necessidade destes dois itens pois temos outros produtos que substituem os que faltam.
Assim com o ventinho que chegou, deveremos chegar a Bali em uma semana.
Agora a pouco plotei nossa posição e constatos que completamos meia volta ao mundo, o que significa que a partir de agora estamos a cada dia mais pertos de casa.
Nossa posição : S 10 33 E 130 35

Tudo bem a bordo.

Z

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Golfo de Carpentaria

Ontem e hoje não houve nada de novo, exceto os nomes dos mares, golfos e vizinhanças que estamos navegando. Mar de Arafura, Golfo de Carpentaria, Oceano Indico, Papua Nova Guiné e por ai vai...
Depois que saímos do Estreito de Torres, ainda navegamos em aguas muito tranqüilas, com vento entrando na popa/aleta e ainda com correnteza de 2kt a nosso favor, por um bom tempo. Quando saímos do platô de 10/25 metros que circundam o Estreito, o mar começou a se agitar meio confuso, com o swell vindo da direita e as ondas trazidas pelo vento da esquerda. Pudemos matar as "saudades" da "máquina de lavar roupa" do Pacifico. É bem desconfortável navegar assim.
Experimentamos montar a Genneker, e as coisas melhoraram, pois ela não deixa o barco desacelerar muito, e mantém uma velocidade mais constante.
A área que estamos navegando é bem pouco freqüentada, e somente de vez em quando cruzamos com um barco de pesca ou navio.
Mais três dias e deveremos passar a lateral de Darwin na Australia, e estaremos em mar aberto no Indico. Esperamos chegar em Bali dia 17.
Nossa posição : S 10 41 E 138 18
Tudo bem a bordo.
Z

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Estreito de Torres

Chegamos ao Estreito de Torres ontem de manhã por volta de 8:00 hs, depois de uma longa noite de muita (a)TENSÃO, cuidando do sepetentear pelos canais da barreira de corais e das dezenas de navios que dividiam com a gente os canais.
Nem eu nem a Sandra pudemos descansar e estavamos exaustos para prosseguir.
Fora isso a meteorologia previa ventos (mais) fortes a noite e chuva. Achamos melhor pararmos numa ilhota de nome Adolphus que fica bem ao lado do canal principal de acesso a Thursday Island (ponto final do estreito e porta para o mar de Arafuta/Indico.
Foi otimo temos parado, pois conseguimos ajeitar a bagunça do barco, fazermos agua, transferir diesel das bombonas para o tanque principal e ainda a Sandra fez um bolo de limão delicioso.
Fora isso descançamos para a próxima travessia até Bali.
Dia seguinte (hoje) madrugamos e 6 da manhã já estavamos no canal do Principe de Gales a caminho de Thursday Island.
A hora teve que ser essa em função das fortes correntezas que eixstem nessa área e é regida pelas marés.
Não da para brincar com maré aqui nessa região, pois as correntezas chegam a 5 kt contra ou a favor, e no nosso caso, a velocidade do barco.
Em compesação como premio pela madrugada, estavamos no lugar certo na hora certa e chegamos a navegar a 11 kt no canais, e rapidamente ja estavamos navegando no mar de Arafura.
O vento sumiu durante a tarde e a temperatura ambiente subiu muito...
Tivemos que motorar um pouco e agora no inicio da noite, o vento voltou timido depois de mais um espetaculo de por de sol - nosso primeiro no Indico.
Nossa posição : S 10 33 E 141 31
Tudo bem a bordo.

Z

domingo, 1 de maio de 2011

Navegando novamente

Anteontem finalmente o vento baixou de intensidade um pouco permitindo que pudessemos ir até os recifes da grande barreira para nosso mergulho de despedida da Australia.
De Lizard Island até o recife "Cod Hole" demoramos duas horas e meia para percorrer apenas 10 kilometros, pois o vento mesmo menor estava na proa e com 20 kt.
Valeu a pena, pois a beleza dos corais é algo de se perder o folego literalmente.
Caindo na agua dois merotes que eles chamam de cod estavam me esperando em baixo do barco.
Palhacinhos por toda a parte, e uma quantidade enorme de conchas gigantes multicoloridas.
Perdemos até noção do tempo e acabamos por chegar de volta a Lizard ja noite, mas como tinhamos os waypoints do caminho e do ancoradouro que estavamos foi facil.
Dia seguinte (ontem), acordamos cedo e partimos de Lizard finalmente, pois a previsão de tempo era boa, com ventos de 20kt.
Foi uma bela velejada, apesar de pouco pano (a grande no riso 3 e a storm jib), navegamos a 7kt de média.
Vento e correnteza, tudo leva a gente pra o estreito de torres, o gargalo do pacifico.
Ja de saida uma perda... figuei um peixe e ele levou toda minha linha, rapala e quase leva a vara junto.
Devia ser dos grandes!
A noite foi agitada, pois os canais que permeiam a grande barreira permite a navegação de grandes navios cargueiros, e a gente cruza com eles o tempo todo. Fora a atenção enorme que temos que ter nos meandros marcados por farois e marcadores, e mesmo apesar das cartas serem precisas, não nos deixam pregar os olhos.
No turno da Sandra foi mais agitado ainda, e ela teve que até trocar mensagens via radio com um cargueiro que iria nos ultrapassar, pedindo pra gente abrir mais espaço pra que ele pudesse fazer a manobra.
O AIS ajuda muito nessas horas.
Ainda no turno dela, um atoba resolveu pousar na cruzeta (mastro), no meio da noite e coitado cansado despencou la de cima e caiu em cima dos paineis solares e deve ter escorregado para perto do gerador eólico... final trágico.
Hoje de manhã, figuei um Wahoo que vai nos alimentar por quatro dias...
O tempo continua bom, e o vento diminuiu um pouco.
Deveremos chegar ao nosso ponto de ancoragem (Escape River) amanha cedo, onde aguardaremos a hora correta para atravessar um dos canais do estreito. Temos que aguardar a hora certa da maré, porque se estivermos na hora errada, a correnteza de 5 kt que ira nos ajudar, estara contra nós... ou seja, não andaremos pra frente.
Amanhã daremos noticias.
Posição atual : S 12 43 E 143 32

Z

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lizard Island - Vento

Estamos desde nossa chegada em Lizard Island, nos escondendo do vento forte que não para.
Ele varia de 25 até 35 kt, e o mar cresce proporcionalmente tornando dificil, desconfortavel e perigosa a navegação.
Com isto nossos planos de mergulhar mais próximo dos passes na entrada da grande barreira, estão ficando distantes, pois o tempo passa rapidamente, e temos um planejamento (comida, abastecimento, e outros etc) que precisa ser cumprido.
A meteorlogia preve que no final de semana (sabado a tarde mais precisamente) o vento comece a diminuir e domingo fique na casa da normalidade para esta area (15kt).
Ainda bem que o lugar é muito bonito e sempre achamos algo pra fazer.
A agua não é muito limpa, mas a fauna e flora marinha é muito rica e diferente de todos os lugares que passamos nessa meia volta ao mundo que ja demos.
Vamos aguardar como o tempo fica pra definirmos nosso roteiro e a seguir eu volto a escrever.

Z

domingo, 24 de abril de 2011

Lizard Island

O vento apertou a noite, e tivemos que reduzir ao máximo as velas.
Mesmo assim andavamos a 7kt em meio aos canais que meandram a grande barreira de corais.
O AIS sempre nos ajudando, mostrando e identificando os navios que cruzam conosco pelo caminho.
No meio da manhã avistamos Lizard Island, que segundo os manuais é a melhor ancoragem da grande barreira no setor norte.
A ilha tem várias histórias interessantes, começando pela passagem do capitão Cook por ela, passando por uma familia de colonizadores ingleses (Watson) que equivocadamente construiu uma casa sobre área sagrada do aborigenes e acabou tendo um fim trágico.
O ancoradouro fica numa bela enseada, com areia fina no fundo. Assim que jogamos a ancora, varios tubarõres cercaram o Tutatis, pois a gente tinha na popa um atum pendurado que haviamos pescado pouco antes de chegarmos na ilha e claro eles perceberam o "cheiro"do peixe. Junto com eles, notamos a presença de um mero e de outros peixes maiores.
Depois de ajeitarmos o barco da chegada, fui com o diguie até a praia para limpar o atum.
Na volta, mergulhei para checar a ancora e dei de cara com o mero que estava passivamente no fundo me observando.
A Sandra caiu na agua para poder observar nosso amigo.
Muito manso, deixou que chegassemos bem pertinho dele e fizemos algumas fotos.
Ventou muito durante o dia e a noite toda, e ainda hoje de manhã o vento sopra forte entre 25 e 30 kt.
Vamos decidir se seguimos viagem ou se aguardamos mais um dia esperando uma melhora de tempo.
Boa pascoa a todos.

Z & S

quinta-feira, 21 de abril de 2011

WithSundays / Cairns

Até o cair da noite, ainda tivemos o vento como companhia, mas bem fraco, e tivemos que ajudar um pouco com o motor. Mar calmo. Sem novidades. Próximos a entrada do canal de Townsville, o vento entrou novamente, e decidimos que seria melhor chegarmos em Cairns mais cedo que planejáramos, pois a água permanecia verde, sem possibilidade de mergulho. E assim foi que prosseguimos viagem. Mais 160 milhas e estaríamos chegando a Cairns. A noite toda tivemos vento não tão forte e tivemos que ajudar com o motor novamente. Porém de manhã, pudemos montar a Genneker "Gorda" como carinhosamente a chamamos. Ela estava feliz, cheia, e o barco andando a 8 kt, sem balanço algum. Foi a melhor velejada do ano. O dia todo assim. Infelizmente a noite, por prudência tivemos que desarma-la e montar a grande reduzida e a genoa, para seguirmos viagem. Mesmo assim, o barco andou bem. De manhã, ja avistávamos a silhueta da ilha de Fitzroy, próxima a entrada do canal de Cairns. Ao passarmos por ela apor nosso almoço, trocamos idéia sobre parar na ilha pra descansarmos e no dia seguinte seguir viagem. E foi o que fizemos. Genneker pra baixo, e 90 graus a esquerda na proa do ancoradouro de Fiztroy. A noite que era pra ser tranqüila, acabou sendo meio agitada devido a entrada de ventos fortes (previstos), e acabou que não descansei. DIa seguinte finalmente abaixo de chuva, levantamos ancora com destino a Cairns. Aportamos em nosso lugar na marina Marlin, as 15 horas. Ajeitamos o barco, e um banho de uma hora na bela e moderna marina. A cidade é pequena, mas muito interessante e bela. Tem infra-estrutura para turismo, pois nela chegam em seqüência vários transatlânticos e muitos vôos internacionais com passageiros de todas as nacionalidades que vem para conhecer a grande barreira de corais. Tudo limpo e organizado. Nossa intenção é arrumarmos o barco, o provionarmos e prepara-lo para zarparmos na primeira janela que aparecer, pois daqui iremos direto para Indonesia (quase 2000 milhas). Z

Lady Musgrave / WithSundays

Deixamos L. Musgrave, bem cedo, com vento fraco e motor, na expectativa da entrada de vento do setor sul. Até tirei a "Genneker" do armário na expectativa de usá-la. Nada de vento o dia todo. O mar parecia uma piscina. A noite não foi diferente, exceto um ventinho fraco que aproveitei para dar um descanso ao motor e velejar por umas três horas. Motor novamente. Resolvemos não parar em Percy Island, pois apesar da falta de vento, o tempo estava bom - coisa rara nessa região. A cor do mar me decepcionou um pouco, pois parecia estarmos dentro de nossas baias de Paranaguá ou São Francisco, apesar de estarmos em plena barreira de corais no Pacífico. Outra noite sem vento se seguiu. De manhã finalmente entrou um ventinho que nos ajudou bastante. Com todas as velas em cima, navegamos varias horas até nossa chegada em WithSundays, lugar badalado pelos Australianos. Aproveitamos para uma parada para abastecermos de água e diesel, ja que o consumo foi bem alem do planejado. A marina bem montada, feita pra barcos e clientes endinheirados alem da vila qual a Sandra foi conhecer e comprar pão enquanto eu abastecia o barco, pareciam cenários de novela.. tudo limpinho, arrumadinho, e cheio de turistas. Claro que zarpamos rapidinho. Ao cair da tarde (alias lindo por do sol), ja estávamos navegando novamente e nosso destino agora, Townsville, cidade costeira antes de Cairns. Z

Lady Musgrave

Os dias passaram rapidamente no ancoradouro de Lady. Voltamos a ter aquela sensação que tivemos nas ilhas da polinésia e Cooks, onde podíamos nadar, mergulhar e simplesmente aproveitar nosso "quintal" de casa. Mergulhamos no passe da entrada do atol e pude observar a quantidade absurda de peixes, dentre cardumes de caranhas enormes, cardumes de garoupas imensas, um mero dorminhoco no fundo da toca, e pela primeira vez uma espécie de garoupa muito grande, cinza clara com pintas pretas - parecia um dálmata ! Pra não falar na quantidade de anêmonas com seus palhacinhos de plantão (famílias inteiras). FIzemos amizade com uns alemães do barco "Carl", Harald, Petra e Ronald, com os quais dizemos alguns mergulhos. O Harald me ajudou no conserto de um probleminha que tivemos no limitador dos carrinhos da vela - ele tinha uma verdadeira "loja" de suprimentos no barco. Depois de quase quatro dias no paraíso, levantamos vela aproveitando outra janela e continuamos viagem para o norte, em principio destino Percy Island. Z

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fraser Island / Lady Musgrave

Após um descanso merecido, levantamos ancora por volta de 10 da manhã.
Achei melhor reabastecermos de diesel. água e mantimentos no continente antes de aproarmos as ilhas da grande barreira de corais.
Pelos meandros dos canais entre o continente e Fraser Island, navegamos até Urangan, cidadezinha bem simpática com uma marina bem equipada, onde fizemos nosso "pit stop".
Enquanto eu cuidei dos abastecimentos do barco e do remanejamento do diguie, a Sandra foi até o supermercado.
Conseguimos zarpar por volta de 17 horas, numa bela final de tarde ensolarada, com uma brisa leve a nosso favor.
Já no cair da noite, deixamos pra trás os baixios do canal de Fraser e entravamos novamente no mar de Coral. A navegação até Lady Musgrave foi uma mistura de vela com motor, pois o vento era muito fraco.
Pudemos testar novamente o AIS que funcionou perfeitamente.
Avistamos a ilha faltando 10 milhas, pois ela é muito baixa, e o que vi primeiro foram os mastros dos mais de 10 veleiros que estavam ancorados dentro do atol.
A entrada no passe não é mostrada em nenhuma carta que tínhamos a bordo (Navionics, Garmin ou Cmap). A única referencia de entrada foi no manual do "Alan Lucas" - navegador que escreveu vários manuais desta região, e utilizamos como nosso guia.
Logo na entrada pudemos perceber o que nos esperava - agua cristalina, e um fundo povoado de corais.
Nosso primeiro mergulho foi depois de almoçarmos e descansarmos um pouco.
Mergulhamos exatamente no passe, e pudemos ver uma quantidade absurda de variedade de peixes em diversos tamanhos e cores.
Os corais também impressionam pela variedade de formas e cores. Pudemos perceber grande quantidade de corais mortos, mas também verificamos que muitos estão nascendo e repovoando a área que esta morrendo.
A noite foi muito tranqüila, parecendo estarmos numa marina, sem o menor movimento do barco, apenas o som ao longe das ondas batendo nos corais a distancia.
Deveremos ficar aqui por mais dois dias e depois seguirmos viagem para o norte, onde ainda não temos ao certo qual local iremos parar.
Z