quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nongsa Point

A noite que antecedeu nossa chegada, foi literalmente em claro, pois ambos não conseguimos pregar os olhos, cuidando da quantidade absurda de barcos de pesca super-iluminados e centenas de navios que entravam e saiam dos portos da Malasia e Singapura. De manha entramos finalmente no canal que divide a Indonésia da Malasia. O AIS (transponder que nos auxilia na identificação dos navios e vice e versa), coitado, enlouqueceu! Simplesmente ele travou a tela do nosso plotter devido a quantidade de navios – eram mais de 500 ! A entrada no canal que nos levou a marina de Nongsa Point foi bem tranquila, e já na chegada um barco com dois funcionários da marina vieram nos receber e dar instruções de atracagem. A marina é de primeiro mundo e faz parte do complexo de um resort. Tivemos a disposição todas as mordomias possíveis durante nossa estadia. Aproveitamos os dias para deixar o barco em ordem apos a travessia e prepararmos para deixa-lo por um mês. De memorável em nossa ultima parada na Indonésia, tivemos pela primeira vez a presença de um clandestino a bordo – um camundongo! Viemos a saber no dia seguinte que o ratinho havia pulado de uma grande barco de mergulho, na agua e provavelmente nadado e subido no Tutatis. O “estrago” em nossa dispensa foi grande. Pacotes de açúcar, trigo, cereal e até uma garrafa de óleo foram abertas pelo roedor faminto. Sem falar no barulho que ele fez durante a noite nas explorações que fez pelo barco. Foi difícil mas conseguimos capturar o bichinho, que no final ficamos ate com pena. Ficamos três dias em Nongsa Point e zarpamos para Johor Bahru – Malasia, ultima escala antes de viajarmos ao Brasil. Os canais que nos levaram até nosso destino estavam bem congestionados com o vai e vem dos navios e fizemos vários desvios para evitar os tráfegos. Chegamos na marina Puteri Harbour, junto com a chuva que graças a Deus veio para amenizar o calor que nos castigou o dia todo. A marina é novinha – inaugurada no final do ano passado, e faz parte de um complexo imobiliário que estão implantando no local. Muito luxuosa e bem montada, porém com preços muito acessíveis. Pela primeira vez desde que deixamos o Brasil tivemos uma internet decente e melhor, de graça, sem falar nas outras mordomias que ela proporciona aos usuários. Neste final de semana deveremos deixar o Tutatis aqui e seguirmos para Singapura de ônibus e de lá voaremos para o Brasil. Estaremos “fora do mar” por algum tempo, mas prometo atualizar as fotos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A caminho da Malasia

Dureza se desacostumar de uma ancoragem boa e a rotina perfeita que tivemos nestes últimos 20 dias.
Quem imagina que vida de velejador é moleza, deveria passar uma semana com a gente quando navegando, ou após uma longa navegada (consertos que nunca acabam).
Reclamações a parte, as últimas 48 horas não podemos nos queixar do vento e do mar.
Esta parte do mar de Java, é protegida de um lado pela continuidade das ilhas indonesias a oeste - Bali, Java, Sumatra e a leste por Kalimatan (antiga Bornéu), então o mar não cresce tanto - eu disse tanto, mas sempre tem um swellzinho pra chacoalhar.
Cruzamos o tempo todo com navios que vão e vem e também pelos barcos de pescadores que aparentemente "arrastam" camarão.
Aliás, o design dos barcos indonésios são uma obra de arte - não sei se funcionam bem, mas são exóticos e bonitos.
Estes que temos encotrado por aqui, se parecem com os sapatos de aladim (o da lampada), com pinturas super trabalhadas, um capricho.
Sempre ficamos "ligados" quando eles se aproximam, devido as estórias de piratas que lemos e ouvimos por estas bandas.
Mas até agora, apenas encontramos pescadores curiosos e ver um barco com design diferente do deles! :)
Mudamos nossos planos de parada em Bornéu e estamos seguindo para Pulau Batam, uma ilha indonesia que fica em frente a Singapura/Malasia, e segundo soubemos pode-se fazer a saida do país.
Deveremos chegar na marina de Nongsa Point daqui a quatro dias, uma rápida parada e mais um dia até nosso destino.
Incrivel, mas desde que deixamos a Australia - um mes atras, não pegamos um peixe sequer no anzol, que apenas aproveita para se banhar no Indico.
Acho que os indonesios estão acabando com a raça dos peixes por aqui.
Nossa posição : S 04 17 E 110 46

Z

sábado, 18 de junho de 2011

Deixando Gilis

Tivemos duas semanas ótimas em Gili Air.
Tudo ótimo, ancoragem perfeita, recarga dos cilindros em frente aonde estavamos, boa companhia (o casal do "Ariana" - John e Nancy que estavam na aconragem também e saimos juntos de vez em quando) e uma paz total na ilha.
A Sandra ja sabia até o nome dos gatos (centenas deles nas ilhas), num sinal que já era hora de zarparmos.
Os fatos determinantes foram a constatação que nosso banco de baterias vai ter que ser substituido, o gerador portátil pela enésima e última vez nos deixou na mão (hora de trocar também) e a aproximação do mes de julho, que devo ir ao Brasil.
Estudamos as possibilidades e chegamos a conclusão que Singapura/Malasia é a melhor opção para os tres itens.
Assim, ontem após o almoço levantamos ancora num daqueles dias que da dó sair do lugar - céu azul, mar calmo, agua limpa... ai ai..
Mas temos que nos mexer!
Serão quase 1000 milhas até Singapura, pelo mar de Java no Oceano Indico.
Deveremos fazer uma parada em Bornéu (ainda Indonesia) para fazermos a burocracia de clearance nossa e do barco.
A primeira noite, pra variar desacostumados com a dureza da madrugada, tivemos uma noite "daquelas" com vento forte, e mar grande entrando pela popa - uma onda lavou o cockpit, eu e a Sandra.
O dia amanheceu melhor, com vento fraco (10kt) e estamos numa velejada tranquila.
Nossa posição:
S 06 59 E 114 44

Z

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ainda em Bali

A semana em Bali passou rapidamente.
Fizemos varios passeios pela ilha - aventuras digamos assim, de bicicleta, de carro com motorista (guia) e de carro comigo ao volante.
Me refiro a aventura, pois Bali tem o transito mais caótico que já conheci.
Bali tem oficialmente 3,5 milhões de habitantes, fora os turistas que são despejados pelas centenas de voos diários vindos das mais diversas capitais mundiais. Difícil dizer com números oficiais, mas acredito que mais da metade da população tem pelo menos uma moto (senão duas, ditos por eles mesmos). Quem não tem moto, tem carro, e quem não tem nenhum nem outro, anda pelas ruas - pelas ruas mesmo, pois calçada é coisa que não existe por aqui.
Da pra imaginar a confusão!
Mais incrivel é que não vimos um acidente sequer!
Acho que Buda, Alah e papai do céu fazem plantão alternado para cuidar das almas de Bali.
O fato é que nós ocidentais e principalmente a gente que esta meio bem bicho do mar, ficamos arrepiados com tanta confusão, barulho e imprudencia.
Tirando isso, pudemos curtir um pouco da cultura totalmente diferente que estamos acostumados, assim como ver belas paisagens que ainda restam nesse pedaço de paraíso castigado pela mão do homem.
Decidimos sair um pouco do ambiente da marina e fomos em busca de lugares menos habitados e aguas mais limpas para que pudesse finalmente mergulhar e inspecionar a rabeta * (no final eu conto oque suspeito tenha sido a vibração que nos acompanhou parte da travessia Australia-Bali.
Deixamos a marina com os tanques de diesel cheios (alias diesel bem caro, pois a marina espertamente contrata um barco abastecedor e cobra 50% mais caro por isso), e os tanques de agua potavel cheios de agua mineral ! (que é barata, e é a única opção alias). Nosso destino, as ilhas de Gili, ao norte de Lambok- ilha vizinha a Bali.
Subimos a costa de Bali rumo norte, evitando a forte correnteza que nesta época do ano flue de norte para sul.
Pudemos ver as paisagens da costa balinesa de perto, onde se destavavam as praias de areia escura (vulcanica), da exuberancia das cores das matas e do céu e da silhueta dos vulcões que compõe a paisagem.
Como haviamos saido um pouco tarde da Marina, achamos melhor pernoitar numa enseada da costa norte de Bali, onde pude mergulhar finalmente para verificar a ancora e checar o fundo do barco.
Oque vi foram marcas bem fortes de que algo (rede ou pedaço de rede ou um cabo grosso) que se engatara na bolina/hélice do Tutatis.
Dai a vibração.
Durante a travessia eu tentei verificarpor fora se havia algum pedaço de detrito sendo arrastado, mas nada constatei.
Provavelmente oque se engatou era curto, mas com tamanho sufuciente para desbalancear o giro do hélice.
A noite foi meio bem agitada, pois o swell nos castigou fazendo o barco parecer que navegava.
Dia seguinte cedo, levantamos ancora e prosseguimos nossa viagem.
Chegamos a Gili Trewangan por volta de 13:00hs, e nos amarramos a uma bóia - não da pra ancorar nessas ilhas, pois alem de fundo, a variação das marés faz a correnteza chegar aos 4/5 kt, tornando a ancoragem perigosa (o fundo é de rocha coberta de corais).
As ilhas Gili, tem "astral" bem destintos.
A primeira que chegamos é bem agitada, cheia de hoteis e pousadas e varias dezenas de restaurantes, com muita gente jovem e barulho até de madrugada. Na rua oferecem todo tipo de droga( discretamente) e o comércio de cogumelos alucinogenos é livre.
Em algumas casas tem outdoors com os dizeres "tickets to de moon" e os cogumelos ilutrando o poster.
Diferenças culturais...
A segunda - Gili Meno, é quase despovoada, apenas com um ou dois pequenos hotéis e alguns habitantes e a terceira, Gili Air, foi a que mais nos indentificamos. Parece que é uma Gili Trawangan de antigamente, de vinte ou trinta anos atras.
Bem calma, com hoteis e pousadas, assim como restaurantes, porem sem agito e o tipo de turista, mais alternativo e com mais idade, que busca sossego e reflexão.
A ancoragem é a melhor que ja tivemos na Indonésia, pois fica no meio de corais dos dois lados e pelo lado do fundo a ilha, então é muito calma e para completar a noite vem o vento das montanhas de Lambok que descem bem geladinho e deixam o barco bem fresquinho para dormirmos.
A semana passou rapidamente também, entre mergulhos e caminhadas.
Agora estamos decidindo que caminho tomamos, para dar continuidade a nossa viagem.

Z