sábado, 26 de março de 2011

Coffs Harbour / Gold Coast

Acordei cedo no dia da partida, pois tinha muita coisa pra ser feita ainda, dentre elas abastecer o barco - coisa que seria feita no posto da cooperativa dos pescadores de C.H. Nosso azar foi ter chegado a bomba um minuto atras de um barco desses de pescadores de final de semana. Enrolados até não poder mais, ficaram mais de uma hora ocupando o atracadouro da bomba. Isso atrasou nossa saída. Conseguimos finalmente sair a barra por volta de meio dia, meio "cabreiros" com o motor. Mas correu tudo bem. A viagem começou com 100% de motor, pois vento que é bom, nem pra refrescar. Com o chegar do final de tarde começou a entrar um nordeste que foi intensificando e mudando pra noroeste, e nos propiciou uma bela velejada quase a noite toda. Com o dia nascendo o vento acalmou e a tão esperada (infelizmente) corrente da Australia apareceu com tudo. Tres kt contra! Com motor e as velas todas em cima, mas fizemos 3 kt de velocidade. Nosso horario de chegada estimado para 13:00, foi para 21:00. Muito chata a tal corrente. Brigando com o vento que não sossegava no lugar e a correnteza que não diminuia, mesmo nos aproximando mais da costa, conseguimos avançar aos poucos. Acabamos por passar o Cabo de Byron (as fotos do farol de Byrob Bay), por volta de 9:00 da manhã, ja avistando a silhueta de Gold Coast. Entramos no canal de Gold Coast exatamente com o sol se pondo. Jogamos ancora já no lusco fusco no nosso antigo ancoradouro próximo ao Seaworld. Tempo de ajeitar o barco, e desmaiar de cansaço. Z

Port Stephens / Coffs Harbour

Permanecemos na boia por mais dois dias, aguardando outra "janela" para seguirmos viagem. Aproveitamos os dias em Port Stephens para reconhecer o terreno. Nossas bikes pra variar foram bem úteis. Só não deu mesmo pra entrar na água, pois alem de fria, a lembrança da garota que fora atacada por um branco, nos demovia de qualquer vontade. Na madrugada do quarto dia saímos ainda noite (3 da manhã), para podermos chegar de dia em nosso próximo destino - Coffs Harbour. A viagem começou com chuva e foi assim até boa parte da manhã. Aos poucos o sol foi aparecendo e com ele o vento, ainda tímido, mas ajudou um pouco na motorada inevitável. Continuamos navegando próximos a costa evitando a correnteza, e fizemos uma média razoável de avanço. Faltando 8 milhas para a chegada a C.H. o motor simplesmente apagou (era turno da Sandra), ela me chamou, mas não houve nada que eu fizesse que ele voltasse a funcionar. Entramos a vela na estreita baia, e para a entrada na marina, pedimos ajuda a nossos amigos do "Go Beyond", que nos rebocaram até nossa doca. Depois de pesquisar, confirmei a suspeita de combustível contaminado por agua e borra. Os dois dias que se seguiram foram usados para limpeza de tanque e desmontagem da linha de combustível e troca de filtros. Entre um conserto e outro, passeamos um pouco pela cidadezinha muito simpatica, com nossas magrelas, e fizemos uma caminhada ao topo do morro próximo a marina, de onde pudemos contemplar a paisagem do mar. Z

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sydney - Port Stephens

Depois de quase duas semanas bem aproveitadas em Sydney, levantamos ancora ontem do ancoradouro do Market Fish. Passamos em frente ao Opera House por volta de 7:00 da manhã, com um magnifico visual das luzes do inicio da manhã. Motoramos por 5 horas, até que uma brisa começou a soprar e resolvemos subir as velas. Pouco mais tarde ja pudemos velejar sem ajuda do motor. Primeira vez em muitos meses que navegamos orçando, com o vento entrando entre a proa e a aleta direita (10Kt). Navegamos a 6 Kt de média, e por estarmos bem próximos a costa, conseguimos evitar a corrente da Austrália que provavelmente ira nos atrapalhar no restante da subida até Gold Coast. Entramos na barra de Port Stephens por volta de 1:00 da manhã. O canal bem detalhado nas cartas e as luzes de aproximação facilitaram nosso trabalho de aportagem. Nos amarramos a uma bóia de cortesia em frente ao Iate Clube local. Chuva a noite toda, mas foi ótimo para dormirmos. De manhã ficamos sabendo que houve um ataque do tubarão branco a um banhista, exatamente onde estamos ancorados... A gente nem queria entrar na água mesmo! :) http://www.nbntv.com.au/index.php/2011/03/16/shark-attack-at-port-stephens/ Z

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sydney

Chegamos em Sydney tem uma semana. O ancoradouro que estamos, próximo ao Fish Market é ótimo. Muito tranquilo, com acesso fácil a terra o que nos proporcionou explorarmos a cidade com as bikes. Fizemos belos passeios e pudemos comprar algumas peças de manutenção, e provisionarmos o barco. Nos últimos dias aproveitei para revisar e consertar (como sempre) vários ítens do barco : manetes(enrijecida por ferrugem), saco da vela (costura), vela (um dos carrinhos faltado rolamentos), ajuste das rodas de leme(folgadas), painel de controle do motor (luzes dos instrumentos e de alerta queimadas), termostato do sistema de arrefecimento de agua doce (emperrado), retirei a bomba mecânica de alta pressão do watermaker que fica acoplado ao motor (ela estava inoperante e apenas sujava o motor com óleo e fuligem da correia). Pra quem acha que a vida de velejador é puro glamour... Hoje deveremos ir visitar nossos amigos Any, Clive, Maya e Isabella. Comecei a observar o comportamento da meteorologia novamente, e quem sabe semana que vem se abrir uma janela começaremos a volta a Gold Coast, pois esta chegando a hora de rumarmos norte com o final da temporada de ciclones se aproximando. Z

Tsunami

Apesar de estarmos chocados e tristes com os acontecimentos no Japão, continuamos ancorados numa área de Sydney bem protegida. Apesar dos noticiários alertarem para a possibilidade de que a Austrália fosse atingida por uma sequela do Tsunami, não percebemos absolutamente nada diferente onde estamos, e nada anormal foi noticiado nesta área. Tudo bem conosco. Sábado, 12/03 - 9:50 LT (Sexta 11/03 - 19:50 - Brasil). Z

sábado, 5 de março de 2011

Austrália... continuação

Retornei do Brasil para a Austrália na véspera do natal.
Passamos o natal a bordo do Tutatis, na marina East Coast, e alugamos um carro para irmos até Sydney passar o ano novo com nossos amigos Oscar e Graciela.
Alias foi um privilégio o lugar de onde assistimos a festa de fim de ano dos australianos – exatamente de frente ao Opera House, a bordo do Zenitude que estava ancorado em Sydney Harbour.
Bela festa.
Retornamos para Brisbane no dia seguinte para terminarmos a infindável lista de manutenção e melhorias do barco.
Presenciamos as intermináveis chuvas e pela tv acompanhamos as enchentes que assolaram Brisbane.
No mês de Janeiro tive um convite de trabalho em uma empresa chinesa em Shenzhen, e lá fui para a China fazer os testes e entrevistas. A Sandra ficou a bordo mais uma vez. Retornei final de Janeiro, e na semana seguinte tiramos o barco da água para pintura de fundo.
Na retirada, constatamos a corrosão total do anodo da rabeta, assim como grande parte dela. Depois de muita pesquisa chegamos a conclusão que a reação galvânica foi fruto da conjunção de algum problema do fornecimento de energia elétrica da marina e a instalação elétrica do barco que apresenta alguma falha em seu aterramento. O resultado, ou melhor falando o prejuízo, foi uma rabeta nova e dez dias de marina (havíamos previsto três).
Barco na água novamente, iniciamos o planejamento para nos movimentarmos.
Resolvemos seguir até o sul – Gold Coast, pelos rios e mangues que ligam as duas cidades (poderíamos ir por mar também).
A viagem foi muito interessante, feita numa região muito rica em fauna e flora, muitos barcos em todo o percurso e muito stress também devido a baixa profundidade dos canais.
Apesar de seguirmos dois sistemas de cartas de navegação ( Navionics e Garmin) e checando sempre com manuais locais, certos pontos simplesmente não constam a sondagem de profundidade, e descobrimos isto da pior maneira.
Foi um vai e vem constante até acharmos o caminho certo.
Tivemos que pernoitar no meio do caminho devido a maré baixa que impedia nossa passagem, aguardando a manhã seguinte para podermos continuar.
Chegamos a Gold Coast, e fomos direto para o ancoradouro que acabou virando nosso endereço por 10 dias. Muita mordomia na ancoragem, com uma linda praia a 200 metros, supermercado e shopping center com píer para o dingue a 10 minutos, abastecimento da agua grátis, cabine de banho grátis também e além disso um píer a 100 metros onde podíamos deixar o dinguie para nossos passeios de bike.
Alias ótimos passeios pelas lindas praias de Golden Cost.
Acompanhando sempre a meteorologia da região, aprendi o comportamento das frentes e perturbações (nem sempre previsíveis do mar da Tasmânia).
Surgiu uma janela para podermos seguir mais ao sul, e zarpamos com destino a Sydney.
Dia 25/02 – sexta-feira as 17 horas deixamos a barra de Gold Coast.
As cartas de navegação e as referencias dos manuais locais mencionam a existência da corrente da Austrália que em alguns pontos chega a 4 nós em direção ao sul.
De fato, encontramos a dita cuja, e por menos pano que colocássemos, andávamos a 8 nós de média. Vento também é coisa que a partir do meio dia sempre existe e forte, e morro abaixo.
Resultado é que em 48 horas havíamos feito quase 360 milhas.
Mas como tudo que é bom, dura pouco, uma linha de instabilidade apareceu do nada nas cartas de previsão. Achei melhor descansar ancorados em algum lugar seguro. Optamos por Port Stephens. Noite tranquila, e pudemos dormir bastante.
Dia seguinte, calculei que ainda teríamos mais algumas horas antes do mau tempo chegar até onde estávamos e decidimos seguir até New Castle, 25 milhas ao sul, o que nos deixaria a 12 horas de navegação até Sydney e evitaríamos uma noite no mar.
Ao entrarmos em New Castle, no final da tarde, o tempo como previsto, virou.
Chuva e vento forte a noite toda, mas estávamos protegidos no píer da marina que acabamos ficando três dias aguardando o mau tempo passar.
New Castle é uma pequena cidade muito linda, com construções que lembram muito a Escócia e Inglaterra.
Não aproveitamos mais devido ao mau tempo.
Finalmente dia 2/03 Quarta-feira madrugamos, e tivemos um dia bem calmo de vento e mar, mas em contrapartida tivemos que motorar até 15 milhas antes de Sydney, quando o vento entrou, e pudemos velejar.
Entramos em Sydney Harbour em grande estilo, com todo pano em cima.
A entrada da baia é muito linda, com paredões de rocha parecendo falésias que acompanham os últimos quilômetros da costa até o espaço da entrada.
Na boca da baia, na ultima curva a silhueta da cidade e seus monumentos famosos surgem nos chamando a atenção.
A quantidade de veleiros e barcos que pudemos ver dentro da baia é algo notável.
Esse povo adora o mar e a vela, definitivamente.
Optamos passar a primeira noite bem próximos a entrada, na primeira enseada abrigada, próximo a Manly e o antigo posto de quarentena.
Lugar tranquilo, mas devido ao constante vai e vem dos ferries que fazem Sydney – Manly, um ondular constante, perturba a paz do lugar.
Ficamos mais um dia ainda ancorados ali para descansarmos e ajeitarmos o barco da viagem.
Dia seguinte, levantamos ancora para nos mudarmos para dentro da baia.
Apesar da chuva fina intermitente, apreciamos muito o visual da cidade, do Opera House, da famosa Harbour Bridge e dos milhares de veleiros que cortavam nossa frente em dezenas de regatas.
Fomos direto para o ancoradouro “Fish Market”, ao lado do mercado da cidade.