quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estada no Brasil

Deixamos o Tutatis “descansando” na marina e fomos ao Brasil via aérea. Antes de embarcarmos, resolvemos ficar uns dias em Singapura para podermos conhecer um pouco a cidade e nos habituarmos com a civilização novamente. A viagem ao Brasil foi cansativa, durando cerca de 48 horas entre taxi, ônibus, trem, avião e aeroporto. Tudo foi compensado pela alegria de dividir a felicidade com minha filha que se casou, e rever toda família que tanto falta nos faz. O tempo passou rápido mesmo com o atraso da volta devido a alguns probleminhas de saúde. A volta foi menos “dolorida”, pois o deslocamento para leste é mais fácil do organismo assimilar. Logo após a chegada a marina na Malásia, começamos a função de preparar o barco para sairmos. Planejamos substituir o banco de baterias por um novo, pois o que estava no barco vem apresentando problemas. A melhor opção de preço foi em Singapura, e resolvemos ir para lá com o Tutatis. Tivemos dias de trabalho duro costurando a genoa a mão, pois não encontramos um sailmaker na Malásia que pudesse fazer os reparos. No dia seguinte a nossa chegada, fomos nos encontrar com nosso amigo Marconi que esta morando e trabalhando em Singapura. Um belo churrasco nos aguardava com uma carinhosa acolhida em sua casa onde pudemos lembrar como era dormir numa cama em terra com todo o conforto. A viagem de Johor Bahru na Malásia até Singapura (marina One15) durou cerca de 8 horas navegadas entre centenas de navios que cruzavam nossa proa o tempo todo. A marina que optamos ficar foi a melhor de toda nossa viagem – graças a dica de nosso novo amigo Francis, vizinho na marina da Malásia. Mordomias por todo o lado, em instalações de primeiríssima qualidade, mas nem por isso cara como 99,9% das marinas de um “certo” lugar que conhecemos. A cidade é apaixonante sob todos os aspectos. Uma impressionante arquitetura que não para de se multiplicar em projetos de tecnologia, elegância e bom gosto impares. Incrível o que o imposto bem aplicado faz. Sentimo-nos seguros em andar pelas ruas a qualquer hora, pois a criminalidade beira o zero. Tudo funciona, e todos se respeitam e respeitam as leis principalmente. Claro que tudo baseia-se em leis bem feitas atreladas a penalidades pesadas e exemplares – para ter-se ideia, jogar lixo na rua a multa é de R$ 600,00, comer ou beber a bordo de transporte coletivo idem. Os metros são impecavelmente limpos. Somente duas coisas depõe contra Singapura (pelo meu prisma), o calor (e umidade) torna quase impossível o sono para quem não tem ar condicionado (nosso caso), e o consumismo exacerbado, motivado talvez pelo calor ( as pessoas se escondem nas centenas de belíssimos shopping centers e malls, que parecem dar cria sob a cidade), e pelo capitalismo que aqui mostra todo seu vigor. Igualmente o tempo passou rapidamente, entre trabalho no barco substituindo baterias, consertos e trocas de ventiladores, bombas hidráulicas e revisão do motor. Tudo pronto, nos demos conta de um detalhe importante – o visto australiano para Cocos Keeling, nosso destino a caminho da África. Para tornar curto um longo assunto, gastamos quatro idas e vindas ao consulado (leia-se, ônibus, taxi, metro) para finalmente após um funcionário graduado no consulado, um australiano de Brisbane, que é velejador também, conseguiu abreviar o tempo para a retirada do visto. Na pressa de voltarmos ao barco para os preparativos da saída, esquecemos os documentos do Tutatis na embaixada!!! Mais uma ida até lá, e novamente a saída adiada. Tudo vai dar certo no final. Nossos planos agora são zarpar amanhã cedo (após a minha volta da embaixada), com destino ao estreito entre Java e Sumatra, por onde retornaremos ao Indico. Dali seguiremos para Cocos Keeling, e depois para Mauritius antes da África.