Chegou a hora de colocarmos o "Tuta" na água! A manobra deveria ser feita próxima do meio dia, quando a maré estaria na sua cota máxima. Tínhamos pressa, pois a melhor hora para navegarmos pelo passe era em torno de 13:40 até 14:30.
Mas nosso amigo "Murphy" sempre de plantão, estava apenas aguardando para aprontar! Barco na água, ainda na carreta, o Toni me pediu que acionasse o motor para ajudar a nos desligarmos da carreta. Achando que ele já havia verificado se o barco estava com a linha d'água coberta (o pescador de água do motor deveria estar submerso), liguei o motor. Perguntei em seguida ao Toni se ele podia ver a água que circulava pelo motor para refrigerá-lo saindo pelo escape. Ele disse que sim. Fiquei tranqüilo. Passados dois a três minutos percebi alguma coisa errada, o cheiro, o ruído.. não sei. Achei melhor desligar o motor, até porque o pessoal da marina achou que teríamos que aguardar mais meia hora para que a maré subisse um pouco mais.
Murphy já tinha agido!
Meia hora depois como planejamos, o barco estava livre da carreta. Liguei o motor novamente, nos despedimos e rapidamente saímos em direção ao passe. Não demorou mais que 5 minutos para que novamente sentisse algo errado. Um cheiro forte de borracha.. olhei os instrumentos do motor.. temperatura subindo rapidamente.. Apenas cortei o motor e jogamos a ancora onde estávamos.
Para não alongar no relato, duas horas depois, com o rotor da bomba d'água do motor trocada (eu tinha uma reserva), achamos ser tarde pra seguirmos viagem (eram 15 horas já). Explicando : o rotor da bomba desintegrou-se, pois funcionou sem água, devido a falha de comunicação.
Pernoitamos ancorados onde estávamos e dia seguinte por volta do meio dia navegamos até o passe. Como todos os passes nas Toamotus, agua agitada, correnteza vento contra.. tudo que tem direito. E nós, adrenados, super-ligados na manobra.
Dez minutos após, já estávamos navegando fora do atol, com proa do Tahiti - Papeete.
Já estávamos esperando ventos fortes e mar meio agitado, de acordo com as previsões que vínhamos acompanhando há dias. Ainda segundo a previsão, os ventos fortes deveriam permanecer mais uma semana, e não estávamos dispostos a ficar mais tempo em Apataki.
Interessante como nosso referencial de vento forte e mar agitado mudou depois de nossas ultimas travessias. O vento estava em torno de 25 a 30 kt, e o mar com ondas de 3 metros, vindo pela popa.
Foi assim durante o final da tarde, toda a noite e todo o dia seguinte tambem. Navegamos com a "tormentin" e a mestra no segundo rizo, fazendo média de 7,5 a 8 kt.
Quando escureceu no segundo dia, avistamos as luzes de Papeete e Moorea.
Entramos no canal do porto de Papeete, as 23:00 do dia 9 de Julho, e nos amarramos a doca do Iate clube de Papeete meia hora após. Muito bom o sistema de balizamento das ilhas da polinésia, mas melhor ainda a precisão das cartas de navegação que usamos.
Papeete.
Dia seguinte cedo zarpamos do Iate clube com destino a Marina Taina, onde nossos amigos do Zenitude nos aguardavam. A saída do porto foi meio confusa, pois estava havendo competição de Pirogas (canoas polinésias), e a baia estava uma festa.
Chegando na marina, conseguimos uma bóia e pudemos descansar.
Mias tarde descemos em terra firme e fomos até o supermercado comprar limões pra comermos com o Atum que pescamos no caminho.
Foi um choque total nossa entrada no Carrefour. Parecíamos bichos do mato, ou melhor do mar, deslumbrados com a quantidade de comida, bebida, frutas, verduras que não víamos há alguns meses.
O resultado é que do limão que iríamos comprar, acabamos enchendo um carrinho de compras.
A semana voou, entre atividades de provisionamento , consertos e compras de algumas peças de reposição para o barco.
Arriscamos ate uma volta de bicicleta.
Teve atividade cultural - assistimos a uma competição de arremeço de lanças ao coco ! : , e descascamento de coco. Muito interessante! (tudo documentado e prometo atualizar as fotos assim que tivermos internet decente!)
No ultimo dia de nossa estada assistimos a uma competição de danças típicas e cantos. Apesar de longa a programação, no final valeu a pena.
Chegou a hora de zarparmos pra oeste.
Z
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