Durban acabou ficando com a cara dos novos amigos que
fizemos – Fred e Cris.
O acaso nos fez parar o Tutatis quase em frente ao novo
“Estrela do Mar”, o novo catamaran do casal. Fomos “adotados” pelo Fred que nos
paparicou a ponto de ficarmos bem acostumados.
Pudemos conhecer a cidade, seus bairros mais importantes, os
pontos turísticos e em especial uma bela mostra da culinária, pois quase todos
os dias éramos convidados para jantar em lugares exóticos. Por intermédio deles
também, conhecemos e fizemos amizade com o skiper que esta treinando o Fred no
novo barco – o Vince, figura querida, que tanto nos ajudou e tem nos ajudado no
planejamento da descida dessa intrincada costa africana.
A marina em si, não seria nada demais, exceto o tratamento
simpático e generoso do iate clube Point Marina, que nos permitiu usar as
dependências do clube por duas semanas de graça (igual a alguns iates clubes
que conhecemos em nossa terra). Fora isso, o comodoro do iate clube – Bob
Fraizer, foi a nosso barco pessoalmente e nos convidou para um drink de boas
vindas, onde pudemos conhecer outros velejadores que estavam na marina também.
Tive frustrado meu objetivo de tirar o Tutatis fora da água
para pintura de fundo e inspeção do leme, pois o serviço de remoção é prestado
por terceirizados, e este estava com as duas carretas ocupadas e sem previsão
de ficarem livres.
Não pretendíamos deixar o barco em Durban para encontrar
minha filha Flavia e o Tato que vem passar o natal conosco, e assim, resolvemos zarpar na
primeira boa janela.
Esperamos quase uma semana, estudando diariamente as cartas
sinóticas e grib, até que surgiu a dita cuja, porem mais curta que eu gostaria.
A noite que antecedeu nossa saída não dormi quase nada,e
levantei cedo para novamente confirmar as informações das previsões.
Tudo certo, barco pronto, zarpamos olhando para trás, com
saudades dos amigos que deixamos.
Motoramos as primeiras horas, como planejado, pois saímos na cauda da ultima frente que havia passado. Meu plano era motorar até umas 5 milhas fora da costa, onde provavelmente encontraríamos a corrente das agulhas.
Motoramos as primeiras horas, como planejado, pois saímos na cauda da ultima frente que havia passado. Meu plano era motorar até umas 5 milhas fora da costa, onde provavelmente encontraríamos a corrente das agulhas.
Que corrente que nada... acabamos tendo que velejar orçando
( com vento de frente ), por um bom tempo, até que finalmente o vento virou
para a popa, o mar claro.. cresceu, e encontramos a corrente. Resultado,
andamos numa média de 10 kt, com velas risadas.
O mar bem desconfortável, com ondas entrando pela popa,
lavando o convés. Velejamos o dia todo da saída, a noite e mais o dia seguinte,
e devo ter dormido 2 horas nesse período, se muito.
Batedeira... Chegamos em East London 22:30, já com o vento
virando para nossa proa novamente, devido a nova frente fria que estava de
passagem... entramos no porto bem sinalizado e atracamos o Tutatis no bordo de
um Catamaran local que o Vince tinha deixado acertado.
Arrumamos o barco da bagunça da travessia e desmaiamos na
cama... lá fora o vento e a chuva nos lembravam do que escapamos.
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