segunda-feira, 5 de maio de 2008

Fortaleza/Trinidad

A estadia em Fortaleza foi a mais rápida possível, pois além de cara a Marina em que ficamos, as condições muito ruins - mal localizada, e facilidades para os iatistas bem fracas.
Como o nosso objetivo era chegarmos logo ao Caribe, decidimos zarpar o quanto antes.
Assim dia 20/04 domingo acordamos cedo para os preparativos da partida.
Combustivel, agua, supermercado - ultimas compras.
Finalmente por volta de meio dia, estavamos prontos.
A parada na Marina é feita de popa para o pier (péssimo por sinal), e no dia anterior, com os fortes ventos que estavam soprando o barco começou a desgarrar e ficar mais próximo do pier.
Achei por bem jogar a outra ancora.
Quando iniciamos o processo de recolhimento das ancoras para podermos sair, a ancora que havia jogado cravou no fundo, e tivemos muito trabalho - reboque, mergulho e etc, até que 3 horas depois conseguimos nos livrar delas.
Com o atraso, achamos melhor almoçarmos ancorados na saida da enseada do hotel e depois iniciarmos a viagem.
Ótima decisão, pois a noite foi longa...
Foram dez dias de travessia, marcados por muitos "Pirajas" - vento típico desta região, marcado por rajadas de vento até 25/30 nós, chuva, vento constantemente forte sempre pelo flanco direito e popa.



Na foto acima, uma andorinha do mar, pegou uma "carona" conosco no meio da noite. Com muita habilidade ela pousou no nosso bote e passou a noite acocorada.



Tivemos tres dias de mar muito grosso, que acredito ter tido origem por alguma perturbação no Atlantico Norte - depois confirmamos minha suspeita, e tivemos relatos de barcos que optaram por interromper a viagem entrando nas Guianas.
Chegamos a cogitar entrar em Korou também, devido as condições de tempo.
Mas sempre ao amanhecer, adiavamos a decisão.

Nossos "companheiros" golfinhos sempre nos visitavam de dia e a noite. Alias a noite era um show a parte, pois por onde o grupo se deslocava na agua cheia de plancton, ficava um rastro de luz.

Finalmente dia 30/04 Quinta Feira de madrugada, avistamos as luzes de Trinidad.
Amanhecemos circundando a paisagem da ilha, que contornamos pelo Norte, objetivando alcançar a enseada de Chagaramas, na Marina Crews Inn.
Incrivel a quantidade de barcos na enseada - veleiros de todas as nacionalidades, pesqueiros gigantescos, cargueiros, navios militares, e um cemitério imenso das mais diversas embarcações.
Estranhamos muito o cheiro que sentimos ao entrarmos na enseada, um odor de civilização que haviamos quase esquecido nestes 10 dias vendo somente o mar azul, com nossos companheiros golfinhos.
Átracamos no pier da fiscalização "Custom", e me encaminhei para o setor de imigração.
Uma hora depois estavamos legalmente no pais.
Dali rumamos para a Marina que fica ao lado.
Após os costumeiros afazeres de chegada, saimos para um passeio de reconhecimento.
A Marina é excelente.

Imagem do Tutatis atracado na marina (o ultimo da direita).
Segura, organizada e com todas as facilidades que um navegador necessita.
Pier de concreto flutuante, banheiros e chuveiros impecavelmente limpos, lavanderia self service, tv a cabo, agua, luz, internet wifi.
E o melhor, o preço muito melhor que certas marinas de Santa Catarina que o Tutatis conheceu no inicio da existencia.
Nos dias que se seguiram, o tempo voou numa frenética função de limpar, arrumar e concertar o barco.
Compramos muitos itens que o barco necessitava, pois as lojas tem preços, qualidade e quantidade de materiais parecidos com os EUA.
Conhecemos o casal Mario e Paula do veleiro Pajé, e combinamos passar o final de semana numa ilha próxima de Trinidad - Chacachacaré.
Foi ótimo para espairermos um pouco.
Dormimos na ilha, e de manha tivemos uma visita de um cardume de golfinhos.
Acompanhamos os "garotos" por mais de duas horas em nosso bote, e foi uma experiencia fantastica, chegamos a nadar com eles.
No dia que antecedeu nossa saida da Marina para a ilha, tivemos a noticia do super-congestionamento de barcos e navios no canal do Panamá.
E foi como um balde de agua fria sobre nossas cabeças, pois o planejamento que fizemos seria passar o canal em Maio ainda, para podermos navegar ainda em Maio entrando em Junho, rumo ao Pacifico Sul.
O planejamento foi feito em função do período de Furacões ao longo do equador, e o atraso na passagem do canal, significara um encurtamento de nossa estadia na polinésia, a melhor parte da viagem.
Estamos ainda estudando que atitude tomamos, mas ja estamos acionando o plano "B", que sera reduzirmos a velocidade da chegada no Panamá, e antenados com os acontecimentos daquela região, podermos decidir se pra lá proceguimos ou não.
Estamos no momento em Trinidad, planejando sair amanhã para Grenada e depois Santa Lucia no Caribe (um dia de viagem daqui).