quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Malas prontas para Reiniciarmos a viagem

Contagem regressiva para retornarmos a Curaçao.
Muito trabalho nos espera, a fim de deixarmos o barco novamente em condições de voltar pro mar.
A lista de tarefas é enorme, passando por pintura do fundo, revisão do motor, sistema elétrico e hidraulico, instalação da nova antena hf, aterramento do radio, revisão da iluminação, revisão do motor da ancora, troca de adriças e escotas, conserto da capota, instalação dos batentes do sistema de leme, combate aos cupins, troca do indicador de vento do topo do mastro, limpeza dos tanques de agua e diesel, montagem de velas, regulagem do estaiamento... e por ai vai.
Nossa expectativa é de um mínimo de 10 dias de trabalho.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Curaçao – Aruba – Curaçao – maio / junho de 2009

A navegação de ida para Aruba foi quase 90% apenas a vela, com vento entre 15 a 22 kt, com velocidade media de 5,6 kt em 12 horas chegamos. Ancoramos em San Nicolas Rodgers. No dia seguinte cumprimos as formalidades de Alfândega e Imigração e fomos conhecer a Ilha,nos decepcionamos um pouco pois não estávamos mais acostumados a locais tão turísticos. Logo entramos no clima, e nos próximos dias , sempre de ônibus ou a pé conhecemos e curtimos algumas praias muito charmosas. Acabamos demorando mais do que o previsto à espera de ventos mais calmos para voltar à Curaçao. Já sabíamos o que nos esperava na volta, força de maré, vento e correnteza nada favoráveis exatamente contrárias a facilidade da ida...
Dito e feito, a volta para Curaçao foi um caos. Acho que foi a primeira vez que me senti mareada e não vi graça nenhuma,muito cansados acabamos entrando em Santa Martha , uma enseada que fica ao norte da ilha e que é um paraíso .Bem na praia de um resort encontramos uma entrada que dá acesso à uma ancoragem deliciosa! Águas tranqüilas, protegida, sem mosquitos e ainda pudemos usar as dependências de uma escolinha de mergulho ao lado do Resort para banho em terra firme! Bem.... lá ficamos por quase uma semana! O Zé caçou um peixe Olho de Boi, garantiu nossa comida para os dias que estivemos por lá!De lá fomos ao centro de carro, receber nossas novas companheiras de viagem: AS BIKES! Nem acredito, agora temos locomoção garantida nas paragens! Estreamos as magrelas... fantásticas, leves, dobráveis, de alumínio e prontas para o batente.Parecíamos crianças.
Acabou a moleza, no tempo mais do que limite voltamos para Curaçao Marine onde novamente, limpamos tudo, retiramos e ensacamos velas, o Tutatis foi retirado da água, agora com visto renovado para mais alguns meses.

Brasil – Curitiba (agosto de 2008 a fevereiro de 2010)

Interrompemos a circunavegação por um longo período. Primeiramente porque tivemos de adiar a travessia do Canal do Panamá na data programada em função da operação tartaruga que lá estava ocorrendo na ocasião( o que nos atrasaria muito o tempo de navegação pelo Pacífico), depois por contingencias que a vida nos apresentou ao chegarmos em casa.O Zé fez duas cirurgias na coluna, nesse meio tempo retomamos nossas atividades, eu voltei a atender no consultório, ele voltou a voar profissionalmente até que pudéssemos retomar nosso projeto.Nesse meio tempo, tivemos de renovar o visto de permanência do Tutatis em Curaçao, portanto em maio de 2009 , voamos para lá , matamos a saudade da vida à bordo, trabalhamos no barco, recolocamos velas,arrumamos tudo, colocamos a casinha em ordem e navegamos até Aruba, que agora é uma Ilha independente para que a saída e entrada novamente em Curaçao nos permitisse um visto de mais alguns meses.

Curaçao

Saímos de Bonaire dia 31/07/2008 rumo à Curaçao, com dor no coração como sempre deixamos os lugares que gostamos, mas após a primeira hora navegando já sentimos de novo aquela sensação deliciosa de que algo novo nos espera depois de mais algumas horas de velejada. O vento esteve entre 8 e 9 kt quase o tempo todo, de popa .Quase chegando na ilha um helicóptero do exercito veio nos sondar...e aliás nos espiaram bem de perto mesmo!
Além dos militares fomos recebidos pelos nossos amados golfinhos que dessa vez traziam adornos nos bicos e nadadeiras! No início sentimos muita pena, pois parecia que estavam engatados em lixo como plásticos etc. que ficam à deriva boiando no mar mais poluído na proximidade da ilha... mas depois chegamos à conclusão de que são exímios nadadores e não teriam a menos dificuldade em se livrar desses entulhos.Era farra mesmo! Estavam nos mostrando brinquedos de lixo... me deprimi um pouco mas que foi bonito de ver foi!
Curaçao é muito diferente de Bonaire desde a chegada, muitas fábricas, o ar mais poluído, e ares de cidade grande. Para entrarmos no canal que adentra na ilha e onde fica a marina atravessamos uma ponte móvel, que ao se abrir interrompe o fluxo das pessoas que curiosas ficam olhando as embarcações que chegam e saem pelo tal canal.
Marina bacana, e muito trabalho no Tutatis, mas está pronto para “invernar”, limpamos tudo, retiramos as velas, dobramos e as ensacamos, o barco foi retirado da água e fora da água ficará abrigado enquanto estivermos no Brasil nos próximos meses.

Venezuela – (Isla Margarita – Isla Tortuga – Isla Tortuguillas) junho de 2008

De Testigos navegamos rumo à Isla Margarita, onde facilmente encontramos a ancoragem a sotavento da Ilha. Muitos veleiros ao redor e com alguma dificuldade para cravar a âncora achamos um local bacana após algumas tentativas. A impressão que tivemos da Ilha não foi das melhores... também pudera... depois dos dias em Testigos, que ainda tem a força da natureza bruta nos deparamos com prédios, carros, uma energia típica dos balneários no verão brasileiro... agito demais para “ bichos do mar”. A noite foi agitadíssima, vento muito forte e chuva nos obrigaram a usar também a âncora de popa e essa danada cravou pra valer nos dando muito trabalho na hora de zarpar. Saímos um pouco tarde e por isso chegamos após anoitecer em Isla Tortuga! Lá fui eu, a maruja de lanterna em punho para a proa do Tutatis enquanto o Zé mais atento do que nunca navegava confiando nas nossas fiéis cartas náuticas (Navionics), ao perceber o feixe de luz os peixes trombeta se atiravam literalmente acompanhando o Tuta pelas bochechas ou cruzando a proa e eu mais distraída com os peixes que ligada dos corais acabei levando um puxão de orelha do Capitão! Enfim, ancoramos e desmaiamos de tão cansados.
Ao acordarmos nos deparamos com uma LINDA vista... Isla Tortuga é um encanto, pequena, com areia muito branca água transparente ...nadamos, andamos pela praia,e conhecemos uma verdadeira tapera que serve de abrigo para os pescadores que param por ali.
Dia seguinte passamos o dia em Las Tortuguillas, a mais linda ilhota que conhecemos na Venezuela. Mesmo na beira do mar e apenas com máscara pudemos ver uma grande variedade de peixes circulando totalmente à vontade entre nós.Fomos embora de lá rumo às Antilhas Holandesas com dor no coração.

Antilhas Holandesas – (Bonaire e Curaçao) – julho de 2008

Bonaire - Chegamos à Bonaire após um dia e uma noite navegando. Enquanto fotografava as aves ao amanhecer o Zé avistou um Atum bem no momento do seu café da manhã e conseguiu uma foto inusitada e como prova de que a sobrevivência depende da cadeia alimentar, armou todas as linhas de corrico para atrair o peixe mas não tivemos sucesso!
Ancoramos em Bonaire bem em frente ao píer onde fica o agito da Ilha. De cara um mergulho para acordar e a doce surpresa com a água extremamente limpa e convidativa para explorar a vida marítima.Demos entrada na Alfândega e Imigração e devagarzinho fomos nos familiarizando com o sossego da rotina da vida na ilha que nos encantou e nos acolheu por quase 30 dias !
Bonaire é privilegiada para a prática do mergulho. Com formação vulcânica repentinamente a poucos metros da beira do mar se encontra a profundidade ideal entre 12 e 30 metros onde a maior explosão de cores em plantas ,corais,peixes e outros muitos seres convivem em perfeita harmonia e de certa forma “recebem” os mergulhadores uma vez que lá não se pode praticar caça submarina .A ilha está preservada há quase 20 anos e inclusive não é permitido ancorar para proteger os corais.Dessa forma , o fundo do mar é um verdadeiro jardim, até mesmo os naufrágios estão perfeitamente integrados à natureza oferecendo uma grande diversidade de tocas e tuneis que os peixes parecem adorar.
Fiz meu curso de mergulho, entre americanos, numa escola de holandeses, com direito à prova teórica e prática e depois disso mergulhamos diariamente conhecendo a maioria dos points que circundam o lado protegido da ilha!
Outro charme em Bonaire é a variedade de doces, tortas e biscoitos autenticamente holandeses que nos faziam visitar o supermercado quase que diariamente. Afinal mergulho e corrida diariamente requerem alto aporte de calorias para os marujos.
Mas nem tudo é maravilha, se não fica sem graça! O ponto fraco de Bonaire são os MOSQUITOS! Socorro... tivemos de improvisar tules mosquiteiros, além de repelentes , velas de citronela e muita paciência com os famintos insetos.